Elenco do musical 'Madagascar' estudou movimento animal

Atores da peça passaram por um verdadeiro processo de descoberta, enquanto aprendiam como interpretar os famosos bichos do filme

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Por Ubiratan Brasil
Atualização:
Cena do espetáculo 'Madagascar - Uma Aventura Musical', de Marllos Silva Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

Um dos grandes desafios de Madagascar, Uma Aventura Musical é a caracterização do elenco. Os mais de 60 figurinos criados por Fause Haten se inspiram no perfil dos personagens apresentados pela animação. “Eu busquei que os atores se transfigurassem nos animais – para isso, criei um corpo específico para cada um”, conta Haten que, além de tecido, utilizou espuma para dar o enchimento necessário para que cada um tivesse o perfil adequado de seu personagem.

E o processo foi realmente de descoberta: no ensaio acompanhado pelo Estado, na terça-feira, 8,o ator André Loddi, que vive o leão Alex, pediu um ajuste do figurino na sua perna esquerda, pois ele estava com dificuldade em reproduzir alguns gestos do felino.

Alex é o personagem que está sempre tentando conter os impulsos de Marty, seu melhor amigo Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

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“O efeito visual de todas as caracterizações é fantástico, apenas estamos descobrindo detalhes que, depois de acertados, facilitam nossa atuação”, conta ele que, neste mesmo processo, viveu outra adaptação: interpretar com uma cauda. “Quando começamos os ensaios, ainda não havia figurino, portanto, eu reproduzia os movimentos básicos. Agora, já caracterizado, fui aprendendo a mexer a fim de que a cauda não mexesse demais ou mesmo que atrapalhasse meus próprios movimentos.”

Situação semelhante é vivenciada por Lucas Cândido, que interpreta o frenético Rei Julien, monarca que comanda a selva em Madagascar – é ele quem canta, por exemplo, um dos hits do musical, Eu Me Remexo Muito, que, durante as apresentações, será acompanhado pela plateia, que vai ganhar bastões coloridos para marcar o ritmo. “A adaptação aconteceu aos poucos, especialmente para executar a coreografia, que é ágil, com a cauda”, disse Cândido.

Rei Julien, que vem sempre acompanhado de seu enorme ego Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

“Todos nós ganhamos um segundo corpo, que veio com exigências específicas”, explica Ludmillah Anjos, que vive Glória, a hipopótamo fêmea. “No início do processo, era difícil manter a concentração para cantar, pois havia outros problemas para resolver. Para isso, contamos com o auxílio da Inês Aranha.”

Glória, assim como no filme, tem uma enorme presença carismática na produção Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

Ela se refere à preparadora de elenco, que detalhou um projeto de movimento para cada ator. “Fomos incentivados a pesquisar detalhes sobre seu bicho, especialmente a forma de andar”, lembra Mauricio Xavier, que trouxe um tom brasileiro à sua zebra Marty. “Na minha coreografia, puxo mais para o funk, que é um ritmo muito popular no Brasil.” 

Marty, o encrenqueiro do grupo. É ele quem põe toda a turma em uma grande cilada quando decide fugir do zoológico Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

Ivan Parente, intérprete da girafa Melman, se solucionou com uma certa facilidade a necessidade de mudança de seu figurino (a estrutura que usa na cabeça limitava a movimentação de sua boca), a aventura foi desvendar a alma de seu personagem. “Quando a Inês nos incentivou a pesquisar sobre nossos personagens, logo vi que a girafa é um bicho blasé, sempre mascando devagar, passos vagarosos, sempre olhando literalmente de cima o que acontece ao redor”, diverte-se. “Assim, Melman tem um ritmo próprio, devagarzinho, além de ser hipocondríaco, como acontece no desenho.”

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O ator Ivan Parente vive a girafa Melman. Foto: Marcos Mesquita

A liberdade na atuação também se espalhou para outros pontos criativos do espetáculo – como a criação do cenário, assinado pela produtora Renata Borges, que pela primeira vez exerce o trabalho de cenógrafa. “Não tenho experiência, mas sempre gostei de palpitar”, diverte-se ela, que uniu alta tecnologia com cenários físicos, como a instalação de um grande painel de LED, de 50m², no qual são exibidos mais de 30 microfilmes ajudarão a ambientar as cenas, desde o zoo até a floresta de Madagascar.

A cenografia foi produzida quase na totalidade na China. “Teremos ainda alguns puppets, que dão uma dinâmica visual ao espetáculo. Busquei o que seria viável para que os atores não ficassem cansados ao manipular”, explica Renata, que recriou ainda uma das entradas do zoo do Central Park.

SERVIÇO

MADAGASCAR, UMA AVENTURA MUSICAL

THEATRO NET SP. SHOPPING VILA OLÍMPIA. RUA OLIMPÍADAS, 360 - 5º ANDAR.

6ª, 20H30. SÁB. E DOM., 15H E 18H.

R$ 70 / R$ 150. ATÉ 1/12 

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