Coreógrafo Paul Taylor morre aos 88 anos nos EUA

Autor de clássicos da dança contemporânea como 'Esplanade' se dizia 'viciado' no trabalho

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

NOVA YORK — Paul Taylor, uma figura fundamental da dança moderna americana que, numa carreira de mais de seis décadas, criou um corpo de trabalho vasto que refletia tanto os ápices sublimes quanto os poços depravados da condição humana, morreu aos 88 anos.

Uma porta-voz disse que Paul Taylor morreu na quarta-feira, 29, num hospital em Manhattan. A causa da morte não foi divulgada imediatamente, mas a informação é que ele estava em uma unidade de repouso.

Taylor seguiu trabalhando até idade bem avançada, em duas montagens por ano, de um total de 147.

O coreógrafo Paul Taylor morreu aos 88 anos, em Nova York; na foto, em fevereiro de 2009 Foto: Ruby Washington/ The New York Times

PUBLICIDADE

"Os trabalhos que mais me satisfazem são aqueles em que estou trabalhando no momento", disse numa entrevista em 2011, para divulgar o espetáculo To Make Crops Grow. "Eu gosto é do processo. Uma vez terminado, quero colocar tudo fora da minha mente. Prefiro esquecer."

A Paul Taylor Dance Company é um dos grupos mais bem sucedidos no mundo da dança contemporânea, realizando turnês mundiais e lotando grandes casas. Seu trabalho mais conhecido é a peça Esplanade, de 1975, uma explosão de júbilo e atleticismo ao som de dois concertos de Bach.

Uma de suas marcas era justamente o encaixe de música clássica barroca do século 18 com um estilo muito moderno de dança.

Taylor nasceu em 29 de julho de 1930, durante a Grande Depressão. Ele passou a juventude em Washington DC, estudou na Universidade de Syracuse, onde acabou encantado pela dança. Um anos depois de se formar, em 1953, ele fundou a própria companhia e começou a trabalhar com outros artistas e gigantes da dança, como George Balanchine.

Publicidade

Sua carreira na dança acabou de maneira abrupta em 1974, depois que ele teve um colapso num palco no Brooklyn. O trabalho de coreógrafo, porém, seguiu até o fim de sua vida.

"Trabalhar em danças se tornou um modo de vida, um vício que às vezes parece uma doença fatal", disse em 2011. "Mesmo assim, não tenho nenhum intenção de me livrar desse hábito."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.