Christiane Jatahy ganha o Leão de Ouro da Bienal de Veneza por sua obra teatral

Homenageada pelo festival italiano, a dramaturga brasileira vai apresentar, em Veneza, 'O Agora que Demora'

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Por Redação
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Christiane Jatahy, cineasta, dramaturga e autora brasileira, ganhou o Leão de Ouro da Bienal de Veneza pelo conjunto de sua obra teatral. Já o Leão de Prata vai para a cineasta e performer finlandesa de origem egípcia Samira Elagoz. A cerimônia de premiação será durante 50º Festival Internacional de Teatro, entre os dias 24 de junho e 3 de julho, em Veneza.

Christiane Jatahy vai apresentar em Veneza 'O Agora que Demora', espetáculo com depoimentos de refugiadosexibidoem São Paulo em 2019 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Nascida no Rio de Janeiro em 1968, Christiane Jatahy é, segundo os organizadores, “uma das figuras mais originais da onda teatral que atravessou o Atlântico e regenerou a cena européia nas últimas décadas”. Os diretores do Departamento de Teatro Stefano Ricci e Gianni Forte disseram, em comunicado, que a brasileira é, ainda, uma “observadora dura e perspicaz da crueldade violenta do nosso mundo” e que “desenvolve uma linguagem original que mescla a força radical de sua dimensão poética com a contraponto do cáustico pensamento político, sempre permeado por um intrépido espírito de experimentação entre presente e passado”.

Cena de 'Ítaca - Nossa Odisseia I'; a autora Christiane Jatahy acaba de ganhar o Leão de Ouro da Bienal de Veneza por sua obra teatral Foto: Elizazbeth Carecchio

Eles destacam, ainda, sua capacidade de fundir os horizontes do cinema e do teatro, por meio de uma espécie de atrito pessoal brechtiano-wagneriano, para explorar os territórios mais espinhosos que melhor revelam a instabilidade do fictício. E suas “armadilhas narrativas inesperadas e incrivelmente belas nas quais o público permanece tão ativamente cativo e fascinado pelo que está acontecendo diante de seus olhos que não sente vontade de escapar”.

Adaptação de 'As Três Irmãs', de Chekhov, 'E se Elas Fossem para Moscou?'estreou em 2014 Foto: Marcelo Lipiani

Entre suas obras estão Conjugado (2004), A Falta que nos Move (2005), Corte Seco (2010), Julia (2012; adaptação de Senhorita Julia, de August Strindberg), que ela apresentou na Bienal de Teatro de Veneza em 2015, E Se Elas Fossem para Moscou? (2014; adaptação das As Três Irmãs, de Anton Chekhov), também apresentada em Veneza, A Floresta que Anda (2016; adaptação Macbeth, de Shakespeare), A Regra do Jogo (2017; adaptação do filme de Jean Renoir), Ítaca (2018) e O Agora que Demora (2019), que estreia este ano na Itália, no 50º Festival Internacional de Teatro. A peça é coproduzida por dez entidades diferentes, incluindo os principais teatros e festivais da Europa ao Brasil, e é a segunda segunda parte do díptico Nossa Odisséia, em que o épico grego é abordado com materiais documentais filmados na Palestina, Líbano, África do Sul, Grécia e Amazônia.

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