PUBLICIDADE

Peça de Agatha Christie terá turnê para marcar 60 anos em cartaz

Por MIKE COLLETT-WHITE
Atualização:

O grande mistério é por que isso não aconteceu antes, mas "A Ratoeira" - espetáculo há mais tempo em cartaz no mundo, de autoria de Agatha Christie - finalmente sairá em turnê pela Grã-Bretanha em 2012, para marcar os 60 anos de encenação. A estreia dessa trama envolvendo um homicídio aconteceu em 25 de novembro de 1952, o que significa que a sessão da sexta-feira marca o início do 60o ano em cartaz. Os produtores aproveitaram a data para anunciar uma série de eventos alusivos ao jubileu. Milhões de espectadores já assistiram a "A Ratoeira" nas suas 24.586 apresentações, mas os produtores querem mais. "Estou muito consciente de que, embora tenhamos tido boas plateias em 60 anos, a quantidade de pessoas que viram o espetáculo em Londres é mais ou mesmo a mesma que para um só capítulo de 'Downton Abbey'," disse o produtor Stephen Waley-Cohen, referindo-se à série histórica do canal ITV, vista por até 10 milhões de pessoas a cada episódio. Ele acrescentou que outras peças ganharam uma sobrevida ao saírem em turnê pelo interior da Grã-Bretanha, citando os casos de "'Yes, Prime Minister" e "Mamma Mia". A turnê de "A Ratoeira" deve passar por 60 cidades do país durante 60 semanas, começando em setembro de 2012 no Marlowe Theatre, em Canterbury. Além disso, os produtores licenciaram outras 60 montagens mundo afora, e alguns países verão a peça pela primeira vez. Outro evento alusivo à data será um concurso de contos policiais em 60 escolas primárias de Londres, promovido pela Mousetrap Theatre Projects, entidade voltada para projetos teatrais educativos. "A Ratoeira" estreou originalmente no rádio, em 1947, e Agatha Christie depois a adaptou como conto e para o teatro. Richard Attenborough e sua mulher, Sheila Sim, estrelaram a montagem original no The Ambassadors Theatre, em 1952, e desde então os atores sempre repetem o apelo à plateia para que guardem o segredo sobre quem é o assassino na trama. Waley-Cohen disse não saber ao certo o motivo da longevidade da peça, mas apresentou duas hipóteses: "Uma, que a peça é realmente uma boa narrativa - ela chama sua atenção e prende sua atenção. (Ela também) tem ressonâncias contemporâneas na questão do abuso infantil e de uma jovem que pode ou não ser quem parece, de um jovem que pode ou não ser quem parece, do estrangeiro sinistro. Podem parecer caricaturas, mas Agatha Christie era muito mais inteligente como autora do que isso." (Reportagem de Mike Collett-White)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.