Musical 'O Livro de Mórmon' estreia em Londres com críticas mistas

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Por BELINDA GOLDSMITH
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O polêmico musical vencedor do Tony "O Livro de Mórmon" estreou em Londres com críticas mistas, nesta sexta-feira, em sua primeira versão fora dos Estados Unidos. O musical, feito pelos criadores da comédia animada da televisão "South Park", é uma sátira sobre dois missionários mórmons de Salt Lake City que são enviados à África. Os escritores Trey Parker e Matt Stone levam os mórmons a confrontarem um líder combatente tribal de um olho só que aterroriza os camponeses doentes terminais em Uganda, em um mundo onde a Aids domina e a circuncisão feminina prevalece. A peça, escrita por Parker e Stone em colaboração com o co-criador de "Avenue Q" Robert Lopez, estreou na Broadway em março de 2011 e foi aclamada, ganhando nove prêmios Tony, a mais alta honraria da Broadway. O musical estreou no bairro teatral londrino West End na quinta-feira, depois de um mês de pré-estreias com várias celebridades, incluindo o ator Damian Lewis, de "Homeland", e a atriz Kate Winslet e o marido Ned RocknRoll. Uma publicidade agressiva, com cartazes por toda cidade e vendas limitadas de ingressos, ajudou a criar um frenesi em torno do show, num momento em que os teatros estão usando vários esquemas para lotar as salas e atrair novas plateias. Os ingressos para os shows noturnos estão esgotados até junho, com um novo lote de ingressos divulgado na sexta-feira. Os promotores do show também estão realizando uma loteria diária que dá 20 ingressos. "O Livro de Mórmon", com os atores norte-americanos Gavin Creel e Jared Gertner como os dois missionários, receberam uma recepção mista de críticos de Londres. O crítico teatral Henry Hitchings, do jornal londrino Evening Standard, disse que alguns espectadores acharam o espetáculo pueril ou ofensivo. "Mas é um retrato carinhoso do confronto de culturas e da amizade, que parodia vários musicais clássicos", escreveu ele, que deu ao show quatro estrelas, de uma classificação máxima de cinco. O crítico do Telegraph Charles Spencer achou difícil se entusiasmar com o espetáculo, considerando um alvo fácil a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, em cujas crenças "O Livro do Mórmon" se baseia. "'O Livro de Mórmon' me parece um musical decadente e autoindulgente, e sua mistura de sátira e xarope acabam se mostrando repelentes", escreveu Spencer. "Sou o primeiro a admitir, porém, que essa é, provavelmente, uma opinião da minoria". O Guardian chamou o espetáculo de "levemente divertido". (Reportagem de Belinda Goldsmith)

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