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Universo de ‘League of Legends’ chega em formato de série

‘Arcane’, que estreou seus três primeiros episódios na Netflix, aprofunda o mundo de um dos games mais populares do mundo 

Por Mariane Morisawa
Atualização:

A sigla mágica para séries e filmes hoje em dia é PI, propriedade intelectual. Ou seja, uma obra já conhecida, com fãs, que tem retorno mais garantido do que uma criação original que ninguém conhece. Hollywood está doida atrás de PI. E poucas podem prometer tanto quanto League of Legends, o game lançado em 2009 que reúne diariamente 20 milhões de jogadores espalhados em 145 países. Em 2020, eles passaram 160 bilhões de horas jogando. O game é o campeão dos Esports e lota arenas mundo afora. Os videoclipes lançados no universo também têm milhões de visualizações no YouTube. 

A personagem Vi (voz original de Hailee Steinfeld e de Tatiana Keplmair na versão brasileira) em 'Arcane' Foto: Riot Games/Netflix

Daí a expectativa para a série originada de League of Legends. Arcane entrou no ar ontem à noite na Netflix, no mesmo dia da final do campeonato mundial de LOL e foi comemorado com um evento de lançamento na sede da companhia em Los Angeles. “Nós, gamers, passamos tanto tempo com esses personagens, nesses mundos, mas mesmo assim não tivemos tantas oportunidades de explorar as histórias, as jornadas, como é sua vida cotidiana”, disse ao Estadão Christian Linke, criador de Arcane com Alex Yee. “Uma série de animação, com imagens em alta resolução, é um sonho.” Feita pela companhia francesa Fortiche, responsável pelos videoclipes de LOL, Arcane vai a Runeterra e oferece aos fãs do game uma exploração mais profunda de duas cidades: a rica Piltover, em que a tecnologia hextec democratiza a magia, e a degradada Zaun, onde uma droga transforma humanos em monstros. Seus personagens principais são alguns dos campeões favoritos dos jogadores, como as irmãs Vi (voz original de Hailee Steinfeld e de Tatiana Keplmair na versão brasileira) e Jinx (Ella Purnell/Fernanda Bullara), os inventores Jayce (Kevin Alejandro/Fernando Mendonça) e Viktor (Harry Lloyd/André Rinaldi) e Caitlyn (Katie Leung/Carina Eiras), que tenta fugir das garras de sua poderosa família. Alex Yee comemora porque agora não vai ter tanto trabalho para explicar sua paixão por League of Legends. “Eu acho que vai ser bacana para os gamers poderem mostrar para seus amigos e familiares que não são gamers o que é esse mundo no qual estão tão imersos”, disse Yee. Porque a série não foi concebida apenas para fãs. “Desde o começo, nosso desejo era contar uma boa história, seja você gamer ou não”, disse Linke, acrescentando que não dava para ser uma série incessante de lutas, por exemplo. A ideia era mostrar os sentimentos dos personagens, quais seus desafios. 

As irmãs Vi e Jinx em 'Arcane' Foto: Riot Games/Netflix

A primeira temporada foi dividida em três fases, com três episódios cada. A primeira parte, já no ar desde as 23h deste sábado, mostra as origens das irmãs Vi e Powder (o apelido de Jinx quando pequena), que vivem de pequenos roubos. Elas têm como figura paterna Vander, líder não oficial de Zaun, que estabeleceu uma trégua com Grayson, xerife de Piltover. Enquanto isso, em Piltover, Jayce torna-se parceiro de Viktor, desenvolvendo um projeto secreto. O Ato 2, que estreia no sábado (13), às 5h da manhã (horário do Brasil), vem com um salto no tempo e traz a criação da hextec por Viktor e Jayce. E a terceira parte chega no sábado seguinte (20), também às 5h, mostrando o crescimento da tensão entre Piltover e Zaun. Arcane também aproveita a relação estreita de League of Legends com a música, apresentando uma canção nova a cada episódio, de artistas como Pusha T, Denzel Curry e Bea Miller. A música-tema é interpretada por Imagine Dragons. Poucas séries e filmes fazem jus às expectativas dos fãs de games ou dos fãs de televisão e cinema em geral. Linke e Yee não escondem a apreensão. “É empolgante, mas dá muito nervoso”, disse Linke. “Porque nosso público é muito apaixonado. Se a gente acertar, eles são apoiadores entusiasmados. Mas, se errar, vai ser crucificado.” Mesmo assim, os dois acreditam trazer um diferencial. “Nós somos as pessoas mais próximas que existem desses personagens”, afirmou Linke. “Claro que a gente ainda precisa acertar. Mas nós temos a perspectiva do público, nós queríamos muito que essa série existisse. Não era simplesmente uma oportunidade de ganhar dinheiro. Então temos um interesse genuíno nesses personagens.” Eles esperam que os fãs curtam para, assim, fazerem outras temporadas.

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