Por que a nova temporada de ‘Westworld’ estreia em um momento perfeito

Na 3ª temporada, que estreia neste domingo, série acompanha a chegada da revolucionária Dolores (Evan Rachel Wood) ao mundo real

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Westworld não é mais uma série com toques de faroeste. Então o que é? Já se passaram quase dois anos desde que o thriller de ação e ficção científica em um parque de diversões distópico da HBO, dono de um público relativamente pequeno, mas apaixonado, terminou sua segunda temporada.

Após 10 episódios de revolta sangrenta contra os humanos que os criaram e os usaram, vários “anfitriões” de robôs escaparam da zona de entretenimento com tema do Velho Oeste, alguns para um paraíso digital chamado Sublime e um, a revolucionária e mortal Dolores (Evan Rachel Wood), para o mundo humano real.

A atriz Evan Rachel Wood aperfeiçoou a combinação de vulnerabilidade e letalidade de Dolores. Foto: Warner Media/HBO/EFE

PUBLICIDADE

A 3.ª temporada, que começa neste domingo, 15, acompanha Dolores em paisagens urbanas futuristas e em novas fronteiras de gênero. Com o que vemos, principalmente nos primeiros episódios (quatro dos oito da nova temporada estavam disponíveis), é uma versão bastante direta de Los Angeles e seu noir corporativo, além de referências a Blade Runner e os filmes de Michael Mann.

As roupas de Dolores passaram de vestidos de época para trajes pretos e suas armas de Winchesters para rifles de assalto. Já sua ambição, cresceu de libertar seus companheiros anfitriões do Westworld para algo maior e mais assustador, envolvendo talvez a eliminação ou a dominação da raça humana.

Mas as ideias que dão vida à ação são as mesmas. Dolores, apoiando os anfitriões em sua própria exploração e falta de liberdade, é ao mesmo tempo avatar da vingança e líder da luta de classes. E a tecnologia é o vilão que isola, controla e negocia com nossos dados pessoais.

Os personagens passam mais tempo conversando com suas casas, assistentes holográficos e as reconfortantes vozes simuladas de amigos mortos do que com pessoas reais. Um novo personagem importante, Caleb (Aaron Paul), é um veterano problemático que ganha a vida verificando um aplicativo de empregos para pequenos trabalhos criminais – uma nova faceta da economia da série. O elenco que retorna, no entanto, ainda oferece o valor que a escrita e o cenário do seriado não conseguem proporcionar de forma consistente. Evan Rachel Wood aperfeiçoou a combinação de vulnerabilidade e letalidade de Dolores.

Pode ser o momento exato para uma meditação paranoica sobre o possível fim da raça humana. Como diz Dolores: “Eles tornaram tudo tão fácil, a maneira como construíram seu mundo. Não será preciso muito para acabar com tudo”. / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.