Janelle Monáe substitui Julia Roberts em ‘Homecoming’

Em seu segundo ano, série volta a lidar com temas de memória e identidade

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Por Redação
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Sai a estrela do cinema, entra a estrela da música. Julia Roberts fez Heidi Bergman, a personagem principal na primeira temporada de Homecoming, que concorreu a três Globos de Ouro. Mas sua trajetória na série baseada no podcast de mesmo nome foi concluída, pelo menos na frente das câmeras – ela continua como produtora executiva. Na segunda leva, de sete episódios, que já estreou na Amazon Prime Video, a cantora Janelle Monáe, que tem feito trabalhos como atriz em filmes como Estrelas Além do Tempo e Harriet, assume o papel de protagonista.

“Eu não penso em termos binários”, disse Monáe em evento da Associação de Críticos de Televisão, em Pasadena, arredores de Los Angeles. “Não digo a mim mesma que preciso fazer isso primeiro e aquilo depois. A música tem sido um grande veículo. Mas é um veículo, não um destino final. Vou continuar a contar histórias que eu acredito que necessitem ser contadas, no meio que servir melhor a cada uma delas. Eu sempre tentei me livrar dos rótulos e seguir na minha jornada. Eu me sinto como um experimento.”  A entrada de Monáe não é a única mudança importante: Sam Esmail (Mr. Robot), que desenvolveu Homecoming para a Amazon, passou o bastão da direção para Kyle Patrick Alvarez.

Cantora e atriz Janelle Monáe, que atuou no filme 'Estrelas Além do Tempo', estrela série com 7 episódios. Foto: Amazon Prime Video

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A história começa com uma imagem poderosa: uma mulher acorda num pequeno barco a remo, no meio de um lago. Não sabe quem é, nem onde está, muito menos o que está fazendo ali. No bolso, um documento diz que ela é Jaqueline, ou Jackie. Uma tatuagem faz crer que ela é das Forças Armadas. Jackie começa então a seguir pistas para descobrir quem é e acaba chegando à Geist, a companhia por trás do duvidoso serviço de boas-vindas a soldados que lutaram em guerras, como o Walter Cruz (Stephan James) da primeira temporada, que reaparece na segunda. Mas as coisas estão um pouco mudadas por lá.

Audrey Temple (Hong Chau), que trabalha na Geist, ganha ainda mais destaque nesta temporada, que apresenta o fundador da empresa, Leonard Geist (o sempre ótimo Chris Cooper). Logo, Jackie vai descobrir que as coisas não são o que parecem. “Desde o início, tínhamos duas temporadas encomendadas”, disse Eli Horowitz, que, com Micah Bloomberg, criou o podcast e escreve a série. “Sabíamos que a história de Heidi seria concluída no primeiro ano. E queríamos que cada temporada tivesse uma completude. Não tínhamos vontade de reter informações sobre o que estava acontecendo até a temporada 4, digamos.”

A primeira temporada estava mais focada em resolver o mistério do que era o serviço Homecoming e o que acontecia nas suas instalações. “Agora o enigma vem de outro lugar, é mais como os personagens chegaram até ali”, lembrou Alvarez. “E pode ser que brinquemos de novo com o tempo, e pode ser que não.” 

Ao assumir a direção, ele afirmou ter tentado dar seguimento à marca visual e sonora fortes de Sam Esmail da primeira temporada, mas sem tentar desviar demais só para colocar uma assinatura própria. Uma mudança foi a contratação do compositor Emile Mosseri (The Last Black Man in San Francisco) para fazer a música em vez de se apoiar em temas do passado compostos por Pino Donnagio, Bernard Hermann, John Carpenter e Lalo Schifrin, entre outros. “Foi um jeito de dar um sabor diferente”, explicou ainda Alvarez. “Mas a primeira temporada em geral foi minha guia e inspiração. Acho que as pessoas vão perceber várias semelhanças de estilo.”

Isso significa homenagens descaradas aos cineastas Alfred Hitchcock e Brian De Palma, com uso de telas repartidas e sobreposição de imagens. Para Janelle Monáe, foi um prato cheio. “Eu costumava assistir a Hitchcock e Além da Imaginação com minha avó. Durante 25 anos, ela trabalhou servindo comida na cadeia local. Quando chegava do trabalho, assistíamos juntas. Eu também adorava Metrópolis, de Fritz Lang. Assistia a Hora do Pesadelo com meus primos, e meu nariz sangrava, mas eu amava. Adoro ficção científica, terror, thriller psicológico. Sou quem eu sou”, afirmou a cantora e também compositora de 34 anos.

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