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Zeca Pagodinho faz show de duas horas

Cantor comemora a conquista do disco de platina dupla, com a platéia de duas mil pessoas, que transformaram o ATL Hall em quadra de escola de samba. O show teve fim apoteótico, quando entrou no palco a Velha Guarda da Portela

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 2 mil pessoas assistiram à estréia do show de lançamento do CD Água de Minha Sede, de Zeca Pagodinho nesta sexta-feira, no ATL Hall. Voltando ao velho estilo, o sambista cantou todo o tempo, levantando a platéia e transformando a casa de elite em uma quadra de escola de samba. Para completar a festa, Zeca recebeu disco de platina dupla, honra que dividiu no palco com Rildo Hora, produtor e arranjador do disco, e Paulão, seu fiel violão. Ele agradeceu e dedicou o grande sucesso de vendagem à platéia, dizendo que "ninguém consegue isso aqui". O show será apresentado em São Paulo no dia 8 de dezembro. Foram duas horas de show e poucas palavras, bem no estilo de Zeca Pagodinho. Muito batuque, um cigarro no intervalo de cada música e cerveja para arrematar. O malandro, de pé todo o tempo, conduzia a platéia e a banda. Zeca entrou no palco todo de amarelo para a homenagem a João Nogueira, falecido em junho deste ano, cantando Poder da Criação. Disse que esse show ainda era um "ensaio" e precisou ler as letras das canções do novo disco enquanto cantava. Mas a platéia dispensaria qualquer "cola". Com mais de 750 mil cópias do CD vendidas, o repertório de Água da Minha Sede já está na ponta da língua do público carioca. Seguindo de forma nada fiel o roteiro, Zeca foi relembrando os antigos sucessos como Faixa Amarela, Samba Pras Moças e Seu Balancê, que dedicou a Nana Caymmi , presente ao ATL. Dos bons momentos do novo repertório, Zeca apresentou Canção de Carreiro, de Wilson Moreira, que ele "sempre quis gravar", sem nenhuma percussão, só com a flauta de Eduardo Neves e o violão sempre competente de Paulão, diretor musical do show. Bonita também é a Perfeita Harmonia, resultado da parceria de Bidubi, Brasil e Almir Guineto, a quem Zeca se refere como "nosso professor". Com uma linha bem definida, o espetáculo foi caminhando de forma gradativa. Logo depois do sossego, ele sacudiu a platéia com Não Sou Mais Disso, feita em parceria com Jorge Aragão. O cenário feito especialmente para o show, com cortinas de plástico ao fundo, funcionou bem, equilibrando-se ao jogo de luzes que compunham o clima de cada canção. Para a música de Claudinho Guimarães e Luizinho Toblow, Shopping Móvel, um vídeo sobre o trem da Central do Brasil, o "shopping móvel" onde se vende de tudo, era projetado ao fundo do palco. O som era o puro pagode tradicional. Até que entram em cena Zeca da Cuíca e o parceiro de Pagodinho, Zeca do Trombone. Nesse momento, virou gafieira, com direito a solo do violão de Paulão e do Sax de Eduardo Neves em Maracangalha, de Dorival Caymmi. No último quadro, como previsto, Zeca recebeu no palco uma parte da Velha Guarda Show portelense, grupo da Velha Guarda que se apresenta mostrando os antigos sucessos da escola. O público se emocionou ao ver Casquinha, Monarco , Ratinho e Tia Doca juntos de Pagodinho cantando Nunca Vi Você Tão Triste, Vai Vadiar e Coração em Desalinho, composições de Monarco e Ratinho. Sem fazer cerimônia, os mestres trataram logo de se apoderar dos instrumentos de percussão da Banda Muleke. A volta do malandro de Xerém merecia um "grand finale". Zeca Pagodinho voltou para o "bis" já com o disco de platina dupla nas mãos, acompanhado do produtor Rildo Hora, e agradecendo muito ao público. O sambista encerrou a apresentação carioca chamando todo mundo ao palco para um pout-pourri de seus maiores sucessos e confirma que pagode bom, sempre acaba entre amigos. Zeca Pagodinho - Água da Minha Sede - Dias 10 e 11 de novembro no ATL Hall, Av. Ayrton Senna, 3000 - Barra da Tijuca. tel. 421-1331. Às 22h30. Ingressos R$ 20,00 (pista), R$ 30,00(pista e lateral), R$ 45,00 (especial e camarote 2), R$ 70,00 (camarote 1).

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