Zeca Pagodinho é o grande vencedor do Prêmio TIM

Ele venceu troféus de melhor disco, canção e cantor de samba, numa noite de muita generosidade, pouca surpresa e pelo menos uma gafe

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Por Agencia Estado
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O sambista Zeca Pagodinho foi o grande vencedor do Prêmio TIM de Música, entregue ontem à noite no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. À vontade no smoking pedido no convite, ele foi ao palco duas vezes para receber seus prêmios (pelo disco Deixa a Vida Me Levar e como melhor cantor de samba), mas deixou seus compadres Serginho Meriti e Eri do Cais receberem o troféu pela música-título do CD campeão. O clima de generosidade atravessou as duas horas e meia da festa, dirigida pelo empresário José Maurício Machiline, que havia criado a premiação nos anos 80, como Prêmio Sharp, nome da fábrica de equipamentos eletrônicos que presidia. Não houve grandes surpresas nas escolhas do júri que ouviu cerca de 700 discos lançados no ano passado e, por isso, mesmo, cada um dos 34 vencedores anunciados foi aplaudido com entusiasmo. Nana Caymmi foi a melhor cantora; Milton Nascimento melhor cantor e melhor disco de MPB; Dominguinhos melhor disco e melhor cantor regional e Cássia Eller melhor cantora de rock e melhor também no juri popular. Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, foi receber os dois troféus. "Afinal, eu sou a mãe do Rock Brasil", explicava ela depois da festa. O portelense Jair do Cavaco foi receber o troféu dos tribalistas (melhor grupo de MPB) no lugar da amiga Marisa Monte. Pena que os premiados mal podiam posar para fotos com seus troféus, muito menos agradecer, mas o espetáculo funcionou graças à música de Ary Barroso (arranjada por Wagner Tiso). Não faltaram pequenas gafes e quiproquós não ensaiados que deram o colorido da festa. A maior gafe acontecteu antes de o Theatro abrir. Dona Ivone Lara, que viera cedo porque mora longe e teve medo de chegar tarde, já com a porta fechada, foi barrada pela segurança do evento. "Não sei quem é ela. Se chegou cedo demais, tem que esperar", avisava um segurança. O problema só foi contornado quando a diretoria da TIM foi avisada do incidente e convidou Dona Ivone foi convidada a entrar e sentar-se no balcão nobre, junto a músicos que não estavam concorrendo. A platéia era para os indicados e atores globais, que vão aparecer no programa a ser exibido no domingo que vem, depois do Fantástico, pela Rede Globo. Mesmo calados, alguns premiados marcaram presença. Hermeto Pascoal, que recebeu dois prêmios (melhor arranjador e melhor grupopelo disco Mundo Verde Esperança ) deu cambalhotas ao subir pela segunda vez no palco. Alcione (melhor cantora de samba) não apareceu para receber seu prêmio, mas entrou apressada no palco na indicação seguinte. "Estava no toalete, gente, mas agradeço mesmo assim", justificou-se. Bom mesmo foi ouvir as músicas de Ary Barroso cantadas por duplas inusitadas. A emoção começou com Paulinho da Viola e Ney Matogrosso cantando Pra Machucar meu Coração, cresceu quando Elza Soares repetiu a cena do início de sua carreira, no programa de calouros de Ary Barroso e cantou Grand Monde do Criouléu, João Bosco veio com Rio de Janeiro (Isso é o meu Brasil) e Mart?Nália com Alcione arrasaram com É luxo só. E Zélia Duncan fechou com Na Batucada da Vida, não por acaso, a música preferida do arranjador da noite, Wagner Tiso, que reservara Aquarela do Brasil para si e para o violonista Yamandú Costa.

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