Yo La Tengo, para os cults de carteirinha

Grupo, cuja discografia foi quase toda lançada no ano passado, vem a São Paulo em fevereiro para shows no Sesc Pompéia

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Por Agencia Estado
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O rock de bandas que rejeitam o título de rock stars, ou pelo menos fingem, está em alta no País. Depois das passagens marcantes de grupos como o R.E.M, de Michael Stipe, ou do canadense Neil Young, que arrebentou com o Rock in Rio, mais uma longa espera chega ao fim. O trio norte-americano Yo La Tengo chega ao Brasil em fevereiro para shows no Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, dentro de uma miniturnê que ainda inclui a Argentina, o Chile e o Uruguai. "Yo la quem?" podem perguntar, não sem razão, os mais desavisados. Representante da ala independente americana, os shows do grupo estão sempre lotados, mas ele não faz parte do mainstream musical, e nem pretende. Formado em 1986 numa cidade de Nova Jersey, próxima a Nova York, pelo guitarrista e vocalista Ira Kaplan, a banda lançou seu décimo trabalho no ano passado, And Then Nothing Turned Itself Inside-Out (no Brasil pela Trama). Também fazem parte do Yo La Tengo a mulher de Kaplan, Georgia Hubley, na bateria e voz, e James McNew, baixo, órgão e voz, que se juntou à dupla em 91. Nestes quase 15 anos, o grupo sempre foi bem visto pela crítica, sendo, muito provavelmente, mais comentado que ouvido. Coincidentemente, o próprio Kaplan era crítico musical antes de se decidir pela carreira artística. O som do trio já foi comparado ao do nova-iorquino Velvet Underground, grupo que tinha Lou Reed como um dos líderes. Mas a sonoridade da banda é mais rock´n´roll, conseguida também graças aos instrumentos antigos usados, alguns dos anos 60, chamados de vintage. Órgão antigo - Os instrumentos são tão importantes que uma das poucas exigências do Yo La Tengo para se apresentar no País foi que a produção conseguisse um antigo órgão da marca Farfisa para McNew. Kaplan, que já afirmou certa vez adorar Mutantes e ter alguns discos de Caetano Veloso e Gilberto Gil, pode surpreender nos shows - em São Paulo, no Sesc Pompéia, dias 14 e 15 de fevereiro -, já que o grupo sempre improvisa. Os fãs brasileiros não têm mais do que reclamar, já que a Trama também vem lançando os títulos da banda. Já saíram o primeiro, Ride The Tiger (86), Painful (93), Electr-O-Pura (95), Genius + Love (96), President Yo La Tengo / New Wave Hot Dogs (96), I Can Hear The Heart Beat As One (97), além do último trabalho e, para março, a gravadora pretende lançar um EP da banda com 10 músicas, Danelectro

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