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Viáfora faz festa de seu novo álbum

Ele apresenta-se em São Paulo com um time de percussionistas mirins do projeto Barracão dos Sonhos, para o pré-lançamento de Basta um Tambor Bater

Por Agencia Estado
Atualização:

Os meninos percussionistas do projeto Barracão dos Sonhos, da favela de Paraisópolis, recebem sábado, às 16 horas, o compositor e cantor Celso Viáfora, para a festa de pré-lançamento do disco Basta um Tambor Bater. Os percussionistas mirins participam do disco, tocando na faixa Papai Noel de Camiseta. É o samba que encerra o disco - todo de sambas. Não é inédito: foi gravado por Ivan Lins, em 1999, no CD Um Novo Tempo. Ivan havia resolvido fazer um CD com músicas de Natal. Encomendou a Celso, a quem pouco conhecia, "uma música de Natal diferente". Uma que falasse de um Natal menos idealizado, mais perto da realidade brasileira. Celso imaginou um Papai Noel chegando na favela, no cortiço, numa vila suburbana pobre - num desses Brasis que o Brasil, em geral, prefere omitir. O samba começa assim: "Papai Noel irá chegar de camiseta/ Metido num chinelo e de bermuda jeans/ Tocando um agogô em vez de uma sineta/ Cantando do xará o Palpite Infeliz/ Então será Natal/ A noite vai ser mais feliz." Blocos mirins - No fim dessa festa, segue a narrativa: "E surgirão blocos mirins/ De suas camas de jornal/ E drag queens/ Os reis magos do carnaval/ De pé no chão/ Os solitários da paixão/ Um tamborim/ Alguém trará um violão/ Um bandolim/ E a multidão vai sambar com a batida dos sinos/ Ali no morro nascerá mais um menino/ E, no primeiro sol, virão os bem-te-vis/ Num dia de Natal/ A gente pode ser feliz." Quando o próprio Celso foi gravar seu novo disco, no semestre passado, resolveu incluir Papai Noel de Camiseta no repertório. Lembrou-se de uma visita que havia feito ao Barracão dos Sonhos. Lá, o percussionista Dinho Rodrigues montou uma bateria com menores carentes - hoje, são 200, os integrantes. A música do Barracão dos Sonhos é o fator de aglutinação das crianças, mas o projeto faz varrição de ruas, retira os meninos e meninas dos sinais de trânsito, inaugurou um cinema, um posto médico do Hospital Albert Einstein - entre muitos benefícios. Por que não gravar com eles, então? Celso tinha, para acompanhá-lo nas gravações de Basta um Tambor Bater, os melhores músicos do samba - Carlinhos Sete Cordas, Gordinho, Paulão, Belóba, Felipe de Angola, Mauro Diniz e mais uma dúzia de grandes nomes. Mas aquele samba era dos meninos. Eles eram os personagens que, sem perceber, Celso havia cantado. Fez uma seleção dos pequenos percussionistas, escolheu 11 deles e os levou até o Rio, onde estavam sendo feitas as gravações. E volta para fazer o lançamento do disco com os novos companheiros de estúdio. Não haverá improviso. O show de lançamento será dirigido por Túlio Feliciano, com direção musical do contrabaixista Sizão Machado e participação do pianista Fábio Torres, do violonista e cavaquinhista Rodrigo de Campos, do baterista Edu Ribeiro e dos percussionistas Da Lua e Théo da Cuíca - com a participação dos músicos do Barracão dos Sonhos. No repertório, além do samba que motivou o encontro, as outras músicas do CD - que foi recebido pela crítica do Rio como um dos grandes discos de samba do ano. O lançamento formal, em palco italiano, será daqui a um mês, na Tom Brasil. Celso Viáfora. Sábado, às 16 horas. Campinho de Terra do Palmeirinha Paraisópolis. Rua Melchior Giola, s/n.º. Sábado, às 16 horas.

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