Velório de Monarco leva centenas de pessoas à quadra da Portela

Entre os famosos, Paulinho da Viola, Marisa Monte e Diogo Nogueira foram à escola de samba prestar homenagens ao compositor, que foi sepultado no fim da tarde

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Por Marcio Dolzan
Atualização:
Homenagens a Monarco, durante o velório realizado na quadra da Portela Foto: Wilton Junior/Estadão

O velório do sambista Monarco, que morreu no sábado (11), aos 88 anos, foi aberto ao público no fim da manhã deste domingo, 12, e recebeu centenas de pessoas, incluindo grandes nomes da música brasileira, na quadra da Portela, na zona norte do Rio. O sepultamento foi realiazdo no fim da tarde, no cemitério de Inhaúma.

Presidente de honra da Portela e um dos mais antigos integrantes da Velha Guarda da tradicional escola de samba, Monarco - que nasceu Hildebrando Diniz - estava internado desde novembro no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, quando foi submetido a uma cirurgia no intestino. De acordo com nota oficial divulgada pela Portela, o sambista “não resistiu a complicações da intervenção”.

A cantora Marisa Monte no velório do sambista Monarco, presidente de honra da Portela Foto: Wilton Junior/Estadão

Desde que os portões da quadra da Portela foram abertos para o velório, centenas de pessoas, entre fãs, amigos e admiradores do sambista apareceram para prestar uma última homenagem. Além de integrantes da própria agremição, pessoas com camisetas de outras escolas de samba também se fazem presente. Uma roda de samba foi formada para cantar composições de Monarco e sambas históricos da Portela. 

O sambista Diogo Nogueira chega para o velório de Monarco, na quadra da escola de samba Portela Foto: Wilton Junior/Estadão

Homenagens

"Monarco era um gênio, um grande brasileiro. Um cara que soube expressar os valores da cultura popular com uma sabedoria única", afirmou a cantora Marisa Monte, que compareceu ao velório. Em 1999, ela convidou toda a Velha Guarda da Portela para gravar o CD Tudo Azul.

Fachada da escola de samba Portela, em luto em razão da morte de seu presidente de honra, o sambista Monarco Foto: Wilton Junior/Estadão

Quase dez anos depois, em 2008, Lula Buarque de Holanda e Carolina Jabor lançaram o documentário Mistério do Samba, produzido por Marisa Monte, que tem Monarco como um dos principais personagens.

O sambista Monarco em foto de 2013, ao receber o prêmio de Melhor Cantor na categoria Samaba do Prêmio da Música Brasileira 2013 Foto: Marcos de Paula/Estadão

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Paulinho da Viola também esteve no local, assim como outro sambista, Diogo Nogueira. Antes, pelas redes sociais, Nogueira havia lamentado a morte de Monarco. “O coração vai ficando em desalinho. Mais uma grande referência parte para uma próxima jornada e nos deixa com saudade”, escreveu. 

Portelense, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), chegou ao velório acompanhado da mulher no início da tarde. Paes tem feito sucessivas homenagens ao músico em suas redes sociais desde que recebeu a notícia da morte de Monarco. Neste domingo, ele postou uma foto em que aparece ao lado do sambista e de Tia Surica, matriarca da escola de samba. Junto com a imagem, Paes escreveu os versos "Alegria partiu, foi embora / Não sei viver sem teu amor / Sozinho curto a minha dor", da música Coração em Desalinho, que tem Monarco como um dos compositores.

No fim da tarde, o corpo de Monarco foi levado em um caminhão do Corpo de Bombeiras rumo ao cemitério de Inhaúma.

Monarco compunha desde os 11 anos

Filho de marceneiro, nascido e criado em Osvaldo Cruz, subúrbio do Rio de Janeiro, Monarco compunha desde os 11 anos e chegou à ala de compositores da escola na década de 1950, aos 17 anos. Lançou o primeiro álbum em 1976, e, desde então, gravou com nomes de peso da música brasileira, como Paulinho da Viola e Marisa Monte, entre outros.  Tocador de cavaquinho e percussão, ele ajudou a compor músicas popularizadas nas vozes de artistas como Beth Carvalho (Fim de Sofrimento), Paulinho da Viola (Lenço) e Clara Nunes (Jardim da Solidão), entre outros.

COLABOROU ROBERTA JANSEN

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