Yamandu Costa, de 20 anos, é considerado o herdeiro da tradição de grandes violonistas brasileiros. Dino 7 Cordas, de 84 anos, é membro do Época de Ouro, conjunto regional que acompanhava Jacob do Bandolim nos idos tempos, e já é tataravô. Os dois, mais Silvio Santisteban e Edson J. Alves se apresentam no domingo, na noite de encerramento de Violão Brasileiro. Para o número final, que reunirá todos os músicos no palco, foram preparados dois choros: Noites Cariocas, de Jacob do Bandolim e Brasileirinho, de Valdir Azevedo. "Pretendo dar uma canja junto com o Dino 7 Cordas", confessou Yamandu. Jovem virtuoso, o músico gaúcho prepara para o ano que vem sua estréia fonográfica. Paciente, não se convence com os elogios que lhe fazem. "Quero apenas criar um estilo próprio, como eles todos tiveram", comentou, referindo-se aos grandes que antes dele nestas terras tocaram e a Baden Powell, que considera o "melhor violonista popular que o mundo já viu". Irá homenagear o violonista de Varre-e-Sai, com quem chegou a dividir o palco, em dois números, Violão Vadio e Choro para Metrônomo. A segunda música apresentará tal e qual Baden fazia: levará o metrônomo para o palco. Com Dino pretende interpretar alguma valsa brasileira antiga. "Eu sei que ele já está velhinho, mas espero que aceite o meu convite". Silvio Santisteban, notório professor de violão, companheiro de Baden nos tempos de Fino da Bossa, acredita que não há maior homenagem que a presença de tantos e tão bons músicos num mesmo evento. Das músicas que irá tocar destaca Meu Samba, composição em que aproxima-se de sons percussivos. Aproveitou a ocasião para tecer as suas críticas: "Olha, o que eu vejo é que a divulgação está voltada para o imediato, ao passo que esse trabalho é mais elaborado, mais próximo do aspecto cultural", disse. "Deveria ser feito um movimento para que esse tipo de programação ocorresse mais vezes", completou.