Velhos ídolos do rock cantam seu velhos sucessos

Turnê da British Rock Symphony desembarca nesta sexta-feira em São Paulo reunindo Alice Cooper, Jon Anderson, Alan Parsons e Tony Hadley

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Por Agencia Estado
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É mais ou menos como um circo ambulante. Só que, em vez de domadores e engolidores de fogo, as atrações são velhos ídolos do rock cantando... velhos sucessos do rock. Somadas, suas idades contam 209 anos de rock´n´roll. Os astros são Alice Cooper, 52 anos; Jon Anderson (ex-Yes), 56; Alan Parsons (do Alan Parsons Project), 51; e Tony Hadley (ex-Spandau Ballet), 40 anos. Juntos, à frente de uma orquestra regida por Keith Levenson (o maestro dos musicais Grease, Angie e Jesus Christ Superstar), as velhas estrelas estarão acompanhados de orquestra de 30 músicos e tocarão cerca de 22 músicas - entre elas, hits de 30 anos como Pinball Wizard (The Who), Hey Jude (The Beatles), Start Me Up (Stones) e culminando, como não poderia deixar de ser, com With A Little Help from My Friends. O espetáculo, intitulado British Rock Symphony, começou sua turnê sul-americana em Belo Horizonte, na terça, no Mineirinho. Hoje, esteve no ATL Hall e desembarca nesta sexta-feira em São Paulo, no Credicard Hall, para três apresentações. Depois segue para o Chile, a Argentina e o México. "Um show de rock sinfônico como esse é uma aventura", disse Jon Anderson, a voz histórica do Yes, em entrevista por telefone. "Gosto de rock sinfônico, sou fã da ópera-rock Tommy e da música do Led Zeppelin, que tinham muito desse espírito." Segundo o produtor do espetáculo, David Fishof, a idéia do projeto surgiu durante a excursão que fez com a All Star Band do ex-beatle Ringo Starr. "Quando Peter Frampton tocava Norwegian Wood, a platéia vinha abaixo", ele lembra. Foi aí que imaginou uma outra formação all stars, que andasse pelo mundo tocando canções de reconhecimento imediato. E, também, que garantisse lucro imediato, coisa que ele não disse. Alice Cooper (codinome do cidadão Vincent Furnier, nascido em Detroit, Estados Unidos) está em grande forma e participou recentemente - cantando clássicos dos Sex Pistols - da trilha do filme de Julian Temple, The Filth and The Fury, continua o malucão de sempre. Em coletiva em Belo Horizonte, ele disse que lembrou a primeira vez que esteve em São Paulo, em 1973, quando bateu seu recorde público, com 158 mil espectadores. Cooper afirmou que, após 26 discos e 35 anos de carreira continua à frente de concorrentes como Marilyn Manson e Robbie Zombie. E que se sente à vontade entre astros do rock progressivo e da música sinfônica. Todos, segundo ele, têm "a doença do rock´n´roll". Sugeriu também, jocosamente, que em breve deverá estar tocando com Britney Spears. A turnê de British Rock Symphony não tem um elenco fixo. Já rendeu um CD e teve participações, entre outros, de Roger Daltrey (The Who) e Paul Rodgers (Free, Bad Company). O cantor Tony Hadley, caçula da trupe, anunciou que prepara um disco-solo para breve. Alan Parsons é o que se sente mais à vontade nesse ambiente de concerto, já que sua banda tinha muito a ver com tudo isso. Ex-engenheiro de som dos estúdios Abbey Road, ele foi um dos assistentes técnicos do disco Abbey Road, dos Beatles, de The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, entre outros. Jon Anderson, a incomum voz do Yes, é velho conhecido dos brasileiros - principalmente dos mineiros, já que gravou com o Boca Livre e Milton Nascimento. Em entrevista desde Los Angeles, ele anunciou que cantará hoje coisas de seu trabalho-solo, além das músicas de sua parceria com o grego Vangelis. "Já fiz urna turnê com Alice Cooper em 1971", contou. "Ele é muito performático e realmente diverte o público com suas loucura; é um dos grandes artistas que eu conheço." Também comentou o resultado de sua música transposta para o mundo dos clubes, no CD The Deseo Remixes (1995). "Adorei o resultado", confessou. "Já estive em clubes e vi as pessoas dançando ao som da minha música totalmente transformada, é muito bom." Alice Cooper, em Belo Horizonte, causou espécie ao revelar por que usa tanta maquiagem. "Sempre fui muito feio e a maquiagem serve para criar um personagem feio", contou. "Todo mundo no rock queria ser mocinho, uma espécie de Peter Pan, e eu preferi ser uma espécie de capitão Gancho, já que os vilões ficam sempre com os melhores diálogos." The British Rock Symphony - De R$ 30,00 a R$ 150,00. Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17.955, tel. 5643-2500. Até 19/11. Patrocínio: ZIP.NET.

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