Universal lança caixa com 21 discos de Chico Buarque

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Por Agencia Estado
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A gravadora Universal lança, na próxima quarta-feira, a caixa Construção, que reúne os 21 primeiros discos de Chico Buarque de Holanda, mais um volume com faixas consideradas raras. Inclui os três primeiros elepês do compositor, editados, originalmente, pela gravadora RGE, que fechou as portas, no ano passado. A Universal conseguiu negociar o direito sobre os títulos. São os discos Chico Buarque Volume 1, Volume 2 e Volume 3. Esses três discos não eram inéditos em CD. Trazem os primeiros sucessos do compositor, como A Banda, A Rita, O Juca, Pedro Pedreiro, Olê, Olá, Quem te Viu, Quem te Vê, Roda Viva, Carolina. Foram lançados entre 1966 e 1968. A caixa Construção vai custar R$ 400. Inicialmente, os CDs, que trazem as capas originais, serão vendidos no pacote. A gravadora informa que, mais adiante, estarão disponíveis isoladamente, mas não informa quando isso se dará. O período abrangido é de 20 anos. De 1966 a 1985, quando saiu a trilha para cinema da Ópera do Malandro, filmada por Ruy Guerra. O filme saiu da peça homônima e a trilha do espetáculo foi lançada em 1979. Boa parte das canções está presente nos dois volumes, mas em interpretações diferentes. Ainda de música para teatro, a caixa Construção traz as trilhas do clássico infantil Os Saltimbancos e da peça Calabar, assinada por Chico e Ruy Guerra. O maior mérito histórico do pacote da Universal é recuperar a capa e o título original do disco Calabar. Chico era alvo preferencial da censura, naquele 1973. A peça foi proibida. O disco foi mutilado. Até a capa foi vetada. Músicas como Bárbara tiveram palavras cortadas pela censuraa. O trabalho, mesmo mutilado, saiu com o título de Chico Canta, com uma capa branca. Os outros títulos colecionados na caixa são Chico Buarque de Hollanda N.º 4, de 1970 (o sobrenome do compositor ainda aparecia grafado com "ll"), Construção, de 1971, Quando o Carnaval Chegar, de 1972 (trilha do filme homônimo de Cacá Diegues, com participações de Nara Leão e Maria Bethânia), Caetano e Chico Juntos e ao Vivo, de 1972 - em seguida, sairia o mencionado Chico Canta. Continuando: Sinal Fechado, de 1974 (todas as músicas que Chico mandava para a censura eram vetadas; nesse disco, ele resolveu gravar músicas de outros autores e, para driblar a tesoura, criou um pseudônimo, Julinho da Adelaide, que "assina" Acorda, Amor - aquela do "chame o ladrão, chame o ladrão), Chico Buarque & Maria Bethânia ao Vivo, de 1975, os mencionados Os Saltimbancos, de 1977, Chico Buarque, de 1978, e Ópera do Malandro, de 1979. Os últimos títulos, lançados entre 1980 e 1985 são Chico Buarque (que tem Eu te Amo), Almanaque, Os Saltimbancos Trapalhões (um disco que passou desapercebido), En Español, Chico Buarque, Malandro e a citada trilha cinematográfica da Ópera do Malandro. Os dois discos gravados em italiano, nos anos 70, durante o exílio do compositor, ficaram de fora.

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