O Sistema Regional de Aviação Civil quer ouvir o músico Herbert Vianna sobre a queda do ultraleve que ele pilotava e que provocou a morte de sua mulher, Lucy Vianna, em fevereiro deste ano, em Mangaratiba, no litoral do Rio de Janeiro. A decisão ocorreu após a revelação de que dois ultraleves Fascination Segunda Geração, mesmo modelo do de Vianna, apresentaram rachaduras na cauda - o que, segundo a empresa Ultraleger, montadora do aparelho, que tem fabricação alemã, seria suficiente para causar um acidente como o sofrido pelo cantor. O brigadeiro Hermano Vianna, pai do músico, confirmou que o aparelho do líder dos Paralamas do Sucesso pode ter caído por um defeito de fabricação. Segundo ele, a Ultraleger já alertou aos proprietários do aparelho sobre o risco de acidentes. Os ultraleves que tiveram rachaduras foram controlados pelos pilotos, que conseguiram pousar com segurança. Hoje, existem nove unidades do modelo no Brasil. O brigadeiro disse que existem fortes suspeitas de que uma rachadura na cauda pode ter também provocado a queda do ultraleve de Herbert. De acordo com Hermano Vianna, a hipótese dificilmente será comprovada, já que o aparelho foi destruído quando se chocou em Mangaratiba. Exames feitos na época não detectaram o defeito. O pai de Herbert Vianna se disse aliviado com a revelação da Ultraleger. "Finalmente, será esclarecido que meu filho não é um vilão, mas uma vítima", afirmou, referindo-se às insinuações feitas à época, de que o cantor teria tentado fazer uma manobra arriscada, o que teria provocado o acidente. "Agora, enterram-se de vez os comentários levianos. Queremos provar que Herbert não fez nada de errado." A família do artista não pensa em entrar na Justiça contra a montadora do ultraleve. Os ultraleves são considerados aeronaves experimentais, não-homolagadas, e os vôos acontecem por conta e risco de seus ocupantes.