Tributo a Gisele Bündchen vira canção-tema da modelo

Persistente, o mineiro Gabriel Guerra, de 18 anos, já está no terceiro CD

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Por Agencia Estado
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Ao contrário da atriz Luana Piovani, a top Gisele Bündchen está tranqüila: ela é sim a musa inspiradora da canção Tributo a Gisele. Tudo bem que, no caso de La Bündchen, a homenagem não partiu de um compositor do calibre de Caetano Veloso, como imaginou a modesta Luana - a atriz jurava que Um Sonho fora feita pelo autor baiano especialmente para ela, o que Caetano negou prontamente. O compositor de Tributo a Gisele é novato e pouco conhecido. O que para Gisele parece não importar nem um pouco. Mineiro de Poços de Caldas, Gabriel Guerra, de 18 anos, é o que podemos dizer de um garoto atirado. Em suas aparições em programas de TV, Gabriel conheceu nos bastidores o maquiador de Gisele, Lili Ferraz, e os dois ficaram amigos. Num Natal, o jovem músico recebeu um presentinho: uma foto da top segurando seus dois últimos CDs, Bossa Novíssima e Veteranos e Bossa, MPB e Eu. "Lili falou que era para colocar a foto no meu site. Gisele autorizou, coloquei e o número de acessos aumentou", lembra o compositor, que se diz fã da top. Novamente por sugestão do maquiador, Gabriel escreveu uma canção em homenagem a ela. De brincadeira. Ele chamou o parceiro de música, Pedro César, e juntos criaram música e letra para Tributo a Gisele. "Gisele adorou", gaba-se. Meses depois, ele recebeu um telefonema da produção da top, que lhe avisou que sua música havia sido selecionada para fazer a trilha sonora do site oficial dela, recepcionado ao som de Tributo a Gisele na versão demo, a preferida de La Bündchen. "Não a conheço pessoalmente, mas já nos falamos por telefone, ela é muito humilde, gente boa." Um quê de Garota de Ipanema Gabriel deu novos arranjos a essa música para entrar em seu quarto e novo CD, ainda sem nome, que deve ser lançado por uma grande gravadora entre março e abril. Ele jura que não a incluiu no repertório do CD pensando em usá-la como chamariz para o novo trabalho. Mas o moço não poderia ser crucificado se assim tivesse pensado. Afinal, uma composição sua virou canção-tema de Gisele sob as bênçãos da própria musa. "Incluí no disco mais por sua história, não tinha como ignorá-la. Essa nem vai ser a música de trabalho do disco." Tributo a Gisele teria um quê de Garota de Ipanema, ainda mais que o compositor não nega suas fortes influências na bossa nova? Ele garante que, se há referência, não foi algo consciente. "Muita gente já me falou isso depois. Já disseram que Gisele é a garota de Ipanema dos anos 2000." Cá entre nós: que lembra Garota de Ipanema, isso lembra, ainda mais quando se refere ao caminhar da bela, entre outras descrições de sua formosura. Mas não é só o caso Gisele que denuncia o certo atrevimento de Gabriel. Certo dia, a cantora Claudia Telles, filha de Sylvinha, apareceu em Poços de Caldas para fazer show. Àquela altura, o músico já tinha gravado o segundo CD, Bossa Novíssima e Veteranos (que teve participações de Luis Nassif e Theo de Barros). Ficou no encalço da cantora pela cidade até conseguir falar com ela e pedir para fazer uma canja no show Dela. Empurrão de Roberto Menescal Surpresa com a ousadia daquele desconhecido, Claudia sugeriu que ele aparecesse na passagem de som e, se fosse bem, ela poderia atender a seu pedido. Gabriel não só participou com três músicas naquele show, como a acompanhou em outras apresentações. A cantora sugeriu que ele gravasse o terceiro CD no Rio e assim foi. Com produção dela e Ugo Marotta, o disco Bossa, MPB e Eu contou com convidados, como Roberto Menescal, e impulsionou a carreira dele. Gabriel é também precoce. Iniciou na música aos 4 anos. "Minha família é de músicos", conta ele. Começou tocando teclado dedilhou cavaquinho e depois, partiu de vez para o violão, seu instrumento preferido e que estuda direitinho até hoje, com professor e tudo. Gravou o primeiro CD, Bossa Novíssima, aos 13 anos, e nele reuniu suas principais influências, em releituras de músicas de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, entre outros. Participou de festivais e foi se descobrindo compositor. Apresentou-se na noite desde os 12 anos e diz que isso o ajudou a ampliar o leque de canções e gêneros musicais. "Meu próximo trabalho tem mais minha cara como compositor, arranjador violonista, guitarrista. Estou muito novo para falar que cheguei à minha própria musicalidade, mas estou mais autoral."

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