Tribos dissidentes criticam Skol Beats

Adeptos do trance e do chill-out, dois subgêneros da música eletrônica, se sentem injustiçados pela programação do festival

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Por Agencia Estado
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O Skol Beats só monta o seu circo a partir das 4 da tarde de sábado no Autódromo de Interlagos, mas a chiadeira em algumas áreas da cena eletrônica já começou. Motivo? Não se sentem representadas pelo line-up (programação) do festival. Os adeptos do chill-out - estilo mais relaxante da e-music, que neste ano terá como representante apenas o DJ paquistânes Pathaan (depois do sucesso de sua participação no começo do ano pelo projeto Skol Spirit, em Maresias) - e os aficionados pelo trance - que utiliza linhas repetitivas tecladas e sugere um certo clima transe - estão se sentindo "subvalorizados". Vitor Lima, residente das noites de sábado no Manga Rosa - clube especializado no trance e suas vertentes, como o psy-trance e o progressive -, é um dos tranceiros decepcionados com o line-up da edição deste ano do festival. "Misturar nomes do progressive com um line-up mais tecno fica esquisito", reclama o DJ. "O Hernan Cattaneo, por exemplo, tem um som progressivo, fica estranho na pista tecno." Para o residente do Manga, os exemplos não são poucos. "A Gatecrasher é teoricamente trance, mas tem Todd Terry", segue Vitor, referindo-se à participação do ícone da house music norte-americana no line-up da tenda do clube inglês. E quem sai perdendo é o público, na sua opinião. "Quem for lá atrás de um só estilo, vai ficar confuso." Já o top DJ brasileiro Anderson Noise, uma das atrações brasileiras mais aguardadas do festival, acredita que o saldo do festival será positivo. "Queira ou não, estamos falando do maior festival latino-americano de música eletrônica", pondera o mineiro, que acaba de ter sua participação confirmada no festival britânico Homelands, referência importantíssima de consagração na cena global. Para ele, a polêmica criada em torno do line-up nacional deve ser relevada. "Ter DJs que tocam fora de São Paulo pode atrair mais público, e no ano que vem isso muda. O Skol Beats este ano evoluiu muito." No maior clima de confraternização da comunidade trance, a Klatu organizou a rave Caverna, para quem está se sentindo injustiçado pelo line-up do Skol Beats. A festa começa à meia-noite do sábado, e vai até as 14h, dentro da Gruta do Anjo, em Socorro (SP). Outra carência do SB que a rave supre é o chill out, que na festa terá participação do grupo de Reiki e Hare Krishna. Apresentam-se também nesta área Giuliano, da Wajanga Rec., Smurf (SP), Ruthra (SP), Zhyin (Psy-Clone - RJ) e Pedra Branca (ao vivo). Represetando o trance psicodélico, vão estar lá Thomas, da Daime Tribe, Tati (Wajanga Rec.), Edoardo (Neurobiotic Rec. - Italia), M.A.C.K. (Neurobiotic Rec. - Brasil), Wrecked Machines (Wajanga Rec.), Matera (Klatu Barada Nikto - RJ), e Swarup (Wajanga / Spiritzone Rec.). Quem assina a decoração e iluminação é o pessoal da Visions Industry.

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