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Tom Jobim ganha homenagem instrumental

O clarinetista Paulo Moura, o bandolinista Armandinho Macedo, Yamandú Costa e o percussionista Marcos Suzano fazem tributo

Por Agencia Estado
Atualização:

O clarinetista paulista Paulo Moura, o bandolinista baiano Armandinho Macedo, o violonista gaúcho Yamandú Costa e o percussionista carioca Marcos Suzano são quatro grandes nomes da música instrumental brasileira se unem num tributo a Tom Jobim (1927-1994). O quarteto faz hoje no Teatro Arthur Rubinstein o quarto show da série que começou em Brasília e passou por Bahia e Rio. No roteiro estão composições raras e instrumentais de Jobim, como o choro Radamés y Pelé, Garoto e Surfboard. O grosso, no entanto, é de canções consagradas como Chovendo na Roseira, Passarim e Falando de Amor. Não faltam clássicos da bossa nova - Chega de Saudade, O Morro não Tem Vez, Samba de uma Nota só e Garota de Ipanema - e espaços para solos. "Fizemos alguns arranjos, mas não alteramos muito as harmonias, para ficar à altura de Jobim", diz Armandinho. O show tem lotação esgotada por onde passa. Em parte porque o híbrido de estilos parece inusitado, mas nem tanto. Com sua mistura de jazz, choro e samba de gafieira, o veterano Paulo Moura, de formação erudita, talvez seja o que mais se aproxime musicalmente de Jobim. Armadinho é escolado no choro e já teve banda de rock. No show, além do bandolim, ele toca a guitarra baiana, símbolo do moderno carnaval baiano, do qual Armandinho é lenda. Igualmente virtuoso e criativo nas cordas, mas longe do choro, Yamandú (que gravou CDs com Armandinho e Moura) aprendeu música com as canções folclóricas do Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Na adolescência, após ouvir Radamés Gnatalli, passou a pesquisar e se aproximou da música de Jobim e Baden Powell, que estão entre seus mestres. Suzano tem em comum com Armandinho os antecedentes roqueiros e a ligação com o carnaval. Foi depois de ser arrebatado pelo som de um bloco carnavalesco que ele decidiu tocar instrumentos de percussão. Para fechar o círculo, vale lembrar que estudou ritmos africanos com Moura. O único vocal é o do público que no final faz coro em Chega de Saudade. "Em Salvador foram 4 mil pessoas na Concha Acústica, uma coisa emocionante", lembra o baiano. Ali o show foi gravado para virar disco, que deve sair no começo do primeiro semestre, quando o quarteto parte para a turnê internacional. Homenagem a Tom Jobim é o primeiro projeto da fase piloto do Natura Musical, programa de patrocínio cultural da Natura. Homenagem a Tom Jobim - Teatro Arthur Rubinstein/A Hebraica. R. Hungria, 1.000, 3818-8800. Hoje, às 21h. R$ 10

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