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The Rapture e White Stripes, o melhor do Tim Festival

Bandas foram o destaque do evento, que teve 40 mil espectadores

Por Agencia Estado
Atualização:

Eles eram tudo que se falava deles, e um pouco mais. The Rapture e White Stripes são de fato a salvação da lavoura do rock. No balanço do Tim Festival, que recebeu 40 mil espectadores no Museu de Arte Moderna do Rio, eles foram os grupos que derrubaram tudo, como se fossem transgênicos do rock, manipulações genéticas de Pil e AC/DC, Sex Pistols e Led Zeppelin, Happy Mondays e Jimi Hendrix. Apresentaram-se um após o outro, na noite de sexta-feira. Jack White, o vocalista e guitarrista dos White Stripes, com sua cara branca do teatro kabuki, e sua partner silenciosa (a baterista Meg White), fez um concerto sublime - se é que se pode chamar aquela barulheira heavy de sublime. Sua mistura "transgênica" é mais ou menos a seguinte: a voz é um híbrido de Brian Johnson, do AC/DC, e Axl Rose, no seu auge, e com mais uma vantagem: toca guitarra como se houvessem acabado de inventar o instrumento, desfiando uma coleçãozinha de peças vintage, começando por sua Airline vermelha dos anos 60. Eles são apenas guitarra, bateria e um tecladinho no palco. Mas Jack segura tudo na guitarra. Ele é heavy mesmo quando é country, caso de sua incursão pela canção Jolene, de Dolly Parton. Meg, com seu jeitinho e figurino de fofolete, canta uma única vez, na balada In the Cold, Cold Night. Afinando as guitarras em cena e conduzindo até a microfonia em seu favor, Jack White é talvez o maior fenômeno surgido no rock desde o Nirvana. Junta a crueza de John Lee Hooker com a animalidade de Hendrix. Antes dos White Stripes, um grupo igualmente visceral conquistou o coração dos espectadores: o The Rapture. Preconizando a cópula do punk rock com a disco music, duas coisas aparentemente irreconciliáveis, o The Rapture traz uma pulsão inacreditável à pista. Com o disco mais recente como base do show, Echoes, Vito Roccoforte (bateria), Luke Jenner (vocal e guitarra), Matt Safer (baixo) e o saxofonista Gabriel Andruzzi fazem francas referências ao punk rock, até no clipe de House of Jealous Lovers, que embarca na estética do jornal recortado de Never Mind the Bollocks, dos Pistols.

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