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Texas resgata a dignidade do pop internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma banda que tem 11 anos de carreira resgata a dignidade do pop internacional. Sharleen Spiteri, a líder do Texas, é a grande heroína da música européia atual, graças ao disco/turnê de Greatest Hits. A chegada do single My Inner Smile no topo da parada de vários países confirma o talento da banda que havia estourado em 1997 com o disco White On Blonde. Em uma época em que o mercado foi tomado por produtos adolescentes fabricados em estúdio, Sharleen reina única no topo do pop de qualidade. A ex-cabeleireira nascida na Escócia é bonita, dona de uma voz impressionante e, de quebra, é uma ótima compositora e ainda toca guitarra e teclados. Sharleen conheceu Johnny McElhone no fim dos anos 80, quando os dois formaram o Texas (o nome é inspirado no filme Paris, Texas, de Wim Wenders) e lançaram o single I Don´t Want a Lover. Os três primeiros álbuns da banda, que, desde então teve várias formações, não emplacaram nas paradas - o que não desanimou a dupla. Em 1996 eles resolveram assumir o papel da cantora como band leader e apostar em um look e uma sonoridade mais moderna. O resultado foi o disco White On Blonde, impulsionado pelo hit Say What You Want. O álbum gerou cinco top ten hits na Inglaterra e consagrou Sharleen como "revelação" e "mulher do ano" em toda a Europa. As aparições do Texas nos principais festivais do mundo viraram clássicos instantâneos. A compilação dos maiores hits do Texas poderia ter caído como uma reembalagem de material antigo, mas não foi o que aconteceu. Impulsionado também pelo single My Inner Smile (com um clipe em que Sharleen aparece caracterizada como Elvis Presley), o disco estourou em toda a Europa e reacendeu a febre dos fãs. Não é para menos: o Texas está em um ótimo momento artístico, com uma versão ao vivo de fazer inveja a muitas bandas. Sharleen, uma espécie de Chrissie Hynde dos anos 90, é, talvez, a melhor performer que apareceu no pop desde Annie Lennox, com afinação perfeita, energia e charme de sobra. O show também inclui bons momentos de pura competência musical, como um médley de covers dos anos 70 , 80 e 90 que ela comanda em estilo Elton John, sentada no piano. Alumas músicas ganham jam sessions com clima de funk, enquanto outras têm trechos eletrônicos e dançantes. Enfim, um show pop como há muito tempo não se via, reunindo ótimas músicas, arranjos competentes, referências corretas e muito talento. O Texas causa uma sensação de alívio em uma época em que bundas e apliques louros viraram sinônimo de sucesso no pop. E a boa notícia é que eles já estão trabalhando em um novo disco.

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