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Testament e Cannibal Corpse trazem as vozes da experiência a SP

Grupos americanos encerram viagem pelo Brasil neste domingo, em show no Music Hall, em Belo Horizonte (MG)

Por Luiz Fernando Toledo Antunes
Atualização:

O palco do Carioca Club, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, cedeu seu espaço ontem às vozes da experiência. De um lado, Cannibal Corpse, a mais tradicional banda de death metal em atividade, criada em 1988. De outro, o fabuloso Testament, ícone do thrash, que teve a carreira iniciada em 1983. Pela primeira vez unidos em turnê, a dupla lotou o espaço para cerca de 5 mil pessoas com repertórios que partem da famosa "Bay Area", berço do thrash em São Francisco na década de 80, aos últimos lançamentos.

Este foi o sexto show dos peso pesados, que encerram a maratona no dia 2 de dezembro, quando se apresentarão em Guadalajara, no México. Neste domingo, as bandas devem se apresentar no Music Hall, em Belo Horizonte (MG).

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Nenhuma das bandas traz exatamente uma novidade. Testament, por exemplo, retornou ao país para exibir mais uma vez seu bem-sucedido Dark Roots of Earth, de 2012. O grupo é formado por Chuck Billy (vocal), Steve DiGiorgio (baixo), Gene Hoglan (bateria), Eric Peterson (guitarra) e Alex Skolnick (guitarra).

Já o Cannibal Corpse apresenta pela primeira vez um material mais recente, embora não seja deste ano: A Skeletal Domain foi lançado em 2014. Eis o quinteto: George "Corpsegrinder" Fisher (vocal), Rob Barrett (guitarra), Pat O'Brien (guitarra), Alex Webster (baixo) e Paul Mazurkiewickz (bateria).

Como boas bandas intergeracioniais que são, o público que vai ao show é variado: do adolescente rebelde acompanhado do pai ao cabeludo já com a barba branca e as tatuagens apagadas. Com este tipo de ouvinte, não é fácil equilibrar o set, que contempla uma discografia para lá de variada. Cannibal Corpse tem 14 álbuns de estúdio. Já o Testament, que tradicionalmente dá espaço entre um lançamento e outro, dez.

O espetáculo das baterias-metralhadora teve início com a banda de death metal, que tocou por cerca de uma hora. Carisma não é exatamente o forte do vocalista Fisher. Entre uma música e outra de nomes pouco decifráveis, como Scourge of Iron e Demented Aggression, praticamente não há interação com o público. A voz absurdamente grave e cavernosa faz dupla com os cabelos que cobrem o rosto em quase todo o set. Entre uma faixa e outra, nenhuma palavra.

Mas não é exatamente um palestra que os fãs estavam esperando. Do início ao fim foi possível sentir que houve seleção das músicas e ninguém ficou inerte aos riffs cortantes e velozes do grupo.

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O momento mais alto do show foi, sem dúvida, quando tocaram Hammer Smashed Face, uma espécie de hino do Cannibal Corpse e, por que não, de todo gênero que ajudaram a fundar. Os riffs são memoráveis. Tão memoráveis que já estiveram no cinema mainstream: o grupo já tocou a mesma música no filme de comédia Ace Ventura, protagonizada por Jim Carrey, a convite do ator. 

Testament sobe ao palco com alguns minutos de atraso, mas faz valer a espera. Clássicos e novas músicas dividem o set: True Believer, the Preacher e a mais recente More Than Meets the Eye. Como praticamente em todo show da banda, a execução de D.N.R. (Do Not Resuscitate) é esperada por todos. Os guitarristas Peterson e Skolnick interagem com headbangers desorieontados que estão perto da grade praticamente em todos os solos, apontando e fazendo caretas. 

Chuck Billy é um espetáculo à parte. Com seu microfone acoplado a um pedestal que mais parece um pau de selfie, agradece constantemente a todos os presentes enquanto bate com uma das mãos no peito. Quando Into the Pit tem início, ele relembra do auge do Thrash Metal e diz que a música foi feita para todos os "loucos" que estão ali no círculo de bate-cabeça. 

Parte do set parece ter sido cortada pelo atraso. A dez minutos do encerramento, Billy diz ao público que precisava correr para tocar tudo. Faltou, por exemplo, a faixa título The Formation of Damnation, que estava na lista de outros shows recentes feitos pelo quinteto. Mas o tempo curto não foi empecilho para que ele e seus músicas fizessem uma longa despedida, como se não quisessem partir. Agradeceram dezenas de vezes, cumprimentaram os fãs e deixaram o palco às 22h.

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Veja a agenda completa da turnê:

14/11 - Clube Português - Recife, Brasil 15/11 - Armazém - Fortaleza, Brasil 17/11 - Opinião - Porto Alegre, Brasil 18/11 - Music Hall (NOVO LOCAL) - Curitiba, Brasil 20/11 - Circo Voador - Rio de Janeiro, Brasil 21/11 - Carioca Club - São Paulo, Brasil 22/11 - Music Hall - Belo Horizonte, Brasil 24/11 - Groove - Buenos Aires, Argentina 25/11 - Teatro Caupolican - Santiago, Chile 26/11 - Embarcadero 41 - Lima, Peru 28/11 - Downtown Majestic - Bogotá, Colômbia 29/11 - Peppers Club - San José, Costa Rica 01/12 - Pabellon Oeste del Palacio de los Deportes - Cidade do México, México 02/12 - Teatro Studio Cavaret - Guadalajara, México

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