Dois trabalhos musicais bastante amadurecidos serão apresentados nesta terça-feira em palcos distintos. Chico César faz show, acompanhado pelo contrabaixista Célio Barros, no Teatro Popular do Sesi. A cantora e compositora Arícia Mess mostra as canções do seu CD de estréia, Cabeça Coração, no projeto Prata da Casa, na Choperia do Sesc Pompéia. O conceito de Mama Mundi, novo disco de Chico César, é o de ser mais intimista e acústico que o anterior, Beleza Mano. Nele, o compositor optou pela ausência da formação típica de banda - guitarra, bateria e baixo elétrico. Para esse show, ele dá o pontapé inicial nessa proposta de retomar as suas características mais acústicas, presente na proposta do primeiro disco, Aos Vivos. "Estou querendo começar com o Célio uma célula de experimentação", conta. "Além do fato de o meu trabalho ter nascido acústico, eu quero sair do engessamento da formação da banda." Por esses motivos, Chico César diz que não fará ensaios para as apresentações. "A idéia é improvisar", informa. O espetáculo intimista marca a volta de bem-sucedida turnê no exterior, onde fez cerca de 35 shows em três meses pela Europa, pelos Estados Unidos e Canadá. Recentemente uma coletânea foi lançada nos EUA, com repertório dos discos Cuscuz Clã e Beleza Mano, pela gravadora Puttomayo. Somente no fim de semana passado, ele pôde assistir à peça infantil Amídalas, da qual compôs a maior parte da trilha sonora. "Também tenho uma peça infantil não acabada", conta. "Esse universo lúdico me atrai muito e quero um dia investir nisso." São de sua autoria as dez canções que compõem a trilha sonora original de Amídalas, em cartaz no Teatro Hilton. Chico César conta que os autores Rodrigo Castilho e Marilia Toledo chegaram com a peça em sua casa e praticamente num dia ele compôs tudo, muito naturalmente. A peça narra a história de duas amídalas que entram em crise quando descobrem que serão retiradas do corpo que habitam. Por causa da viagem, ele indicou para fazer a produção musical da peça o compositor Mário Manga. Divulgação Já a intérprete Arícia Mess também não é estreante ou um novo talento, como propõe o projeto Prata da Casa, do Sesc Pompéia. Desde 1993, a carioca tem construído seu trabalho pop, calcado numa ótima interpretação, música eletrônica e influências do soul e do samba, em especial, a música de Clementina de Jesus. O estilo autoral está presente nas composições, a maioria feitas por ela. O disco saiu pelo selo alternativo Orbita e teve co-produção de Carlos Trilha (músico da banda de Marisa Monte). Hoje, ela conta com participação dos músicos Gian Fabra (baixo), Cláudio Bezz (violão e guitarra), Alexandre Fonseca (bateria e samplers), Ricardo Siri (percussão), Dudu Trentim (teclado) e Fernando Morello (voz e teclado). Arícia Mess - Terça, às 21 horas. Choperia do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel.: 3871-7700. Chico César - Amanhã (3), às 21 horas. Entrada franca (retirar o convite 1 hora antes do show). Teatro Popular do Sesi. Avenida Paulista, 1.313. 284-3639.