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Teatro Municipal de São Paulo reúne músicos e bailarinos do futuro

Apresentação comemora os 45 anos da Escola Municipal de Música

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Por Redação
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Em entrevista recente ao Estado, o maestro e professor Olivier Toni relembrou um episódio do final dos anos 1960. Após o concerto de uma orquestra jovem, no Teatro Municipal, encontrou-se com o então prefeito Faria Lima. Ouviu elogios pela apresentação e sentiu que era hora de agir. “O senhor sabia que esses músicos não têm um espaço em que possam estudar e se aperfeiçoar?”, perguntou. E a resposta veio dias depois, com uma determinação: em quinze dias, Toni precisaria montar um projeto pedagógico a ser encampado pela prefeitura. Foi o que ele fez - e, assim, em 1969, nascia a Escola Municipal de Música de São Paulo, que comemora amanhã seus 45 anos com um concerto especial no palco do Teatro Municipal.

Na ocasião, os três conjuntos instrumentais da escola - o grupo de percussão, a Orquestra Infantojuvenil e a Sinfônica Jovem Municipal - vão se apresentar em parceria com alunos da Escola de Dança de São Paulo. As duas instituições, desde o começo de 2013, passaram a integrar a Fundação Teatro Municipal. E a presença conjunta sobre o palco na data comemorativa não se dá por acaso: é fruto da tentativa de estabelecimento de uma política pedagógica pautada pela integração. 

Jovens. Orquestra surgiu por iniciativa de Olivier Toni Foto: Divulgação

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“Durante muito tempo, cada uma das escolas seguia seu caminho, sem comunicação”, diz Antonio Ribeiro, diretor da Escola Municipal de Música, onde entrou, como aluno, em 1988, e da qual se tornou mais tarde professor. “É nosso objetivo fazer que elas conversem, e não apenas sobre o palco. Alunos nossos de piano, por exemplo, têm feito estágios acompanhado aulas dos bailarinos”, complementa. “Para os músicos, é uma experiência rica e, para os bailarinos, também. Quantas escolas de dança podem ter o privilégio de se apresentar com uma orquestra no fosso?”, diz Leonardo Martinelli, diretor de formação da fundação.

Mas a integração se dá também dentro da própria escola de música. “Este ano, pela primeira vez, as três orquestras de caráter pedagógico, as duas da escola mais a Experimental de Repertório, se apresentaram juntas. E isso é justamente resultado da busca de um diálogo entre eles”, explica Martinelli. “A nossa preocupação é com a integração. O músico que começa a trajetória na orquestra infantojuvenil vai, com o tempo, se juntar à sinfônica jovem. E, mais para frente, seguir em direção à Experimental de Repertório”, acrescenta Ribeiro. E Martinelli acrescenta: “Com o tempo, o ponto de chegada dessa corrente será a Sinfônica Municipal, orquestra profissional do teatro. Um dos nossos lemas, afinal, é a integração artístico-pedagógica.”

E isso significa, também, propor um diálogo maior da escola com a temporada do Municipal. “Este ano, tanto o coral adulto quanto o infantil já participaram de uma ópera da programação”, exemplifica Martinelli. “E, no momento em que o Municipal assumiu primordialmente sua vocação lírica, criamos uma oficina de ópera que, esperamos, vai se desenvolver para um estúdio dedicado ao gênero. E tem sido muito rica a participação de cantores e diretores envolvidos com as montagens em master classes e oficinas que começamos a realizar”, diz Ribeiro. 45 ANOS DA ESCOLA MUNICIPAL DE MÚSICATeatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/nº, 3053-2100. Sáb., 20 h; dom., 10 h. Grátis. 

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