Teatro Municipal de São Paulo homenageia Semana de 22 e apresenta onze óperas em nova temporada

Destaque da agenda lírica é a presença de quatro novas obras encomendadas a compositores brasileiros

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Por João Luiz Sampaio
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Uma série de celebrações em torno do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e uma temporada lírica com onze óperas são os destaques da temporada anunciada pelo Teatro Municipal de São Paulo. “A programação foi formatada com a colaboração de diversas mãos e isso reflete o desejo não só dos cruzamentos e interseção de múltiplos olhares, mas, sobretudo da abertura de brechas e inclusão de novas possibilidades”, diz a diretora artística Andrea Saturnino.

A agenda começa ainda em janeiro, com concertos que marcam o aniversário de São Paulo. Entre eles, serão apresentadas entre os dias 23 e 29 obras de compositores como André Mehmari, Camargo Guarnieri e Villa-Lobos, com a Orquestra Sinfônica Municipal, a Orquestra Experimental de Repertório e o Coral Paulistano.

O Teatro Municipal de São Paulo recebe programação especial sobre a Semana de Arte de 1922 Foto: Leo Souza/Estadão

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Em seguida, em fevereiro, têm início as celebrações pelo centenário da Semana de Arte Moderna. A programação é ampla e diversas, com debates, concertos, intervenções artísticas, exposições, peças de teatro, espetáculos de dança e a Expedição Modernista, com caminhadas pelo centro da cidade. Entre os participantes da programação estão Christ Tigra, Allan da Rosa, José Miguel Wisnik, Bel Santos Meyer, Dona Onete, Dj Ju Salty, Rappin’Hood e os coletivos Jornal das Miudezas e Teatro Dodecafônico.

Nesse sentido, o teatro opta por um interessante olhar menos histórico a respeito da semana e mais preocupado com os desdobramentos das ideias modernistas à luz de 2022. “Eu concordo em dizer que não há como escapar do agora, das questões que nos afetam no momento em que estamos programando. Pois é, invariavelmente, com o filtro do presente que nos voltamos à história”, diz Saturnino.

Dentro da proposta de uma gestão mais horizontalizada, a temporada lírica foi montada por um comitê multidisciplinar, formado por Bel Santos Mayer, Kleber Simões (KL Jay), Ligiana Costa, Luiz de Godoy e Nelson Soares.

A programação de óperas começa em abril, com a estreia mundial de Navalha na carne, de Leonardo Martinelli, e Homens de papel, de Elodie Bouny, ambas inspiradas em Plínio Marcos. Em seguida, serão apresentadas, no palco do Municipal, mais uma estreia – O café, de Felipe Senna –, Aida, de Verdi (com direção de Bia Lessa), O cavaleiro da rosa, de Strauss, (montagem do acervo do teatro), O amor das três laranjas, de Prokofiev, e La fanciulla del west, de Puccini (direção de Carla Camurati).

Ainda no universo da ópera, o teatro criou a série Ópera Fora da Caixa, com apresentações fora do palco principal. Serão quatro títulos: Actéon, de Charpentier, L´isola disabitata, de Haydn) e Savitri, de Holst, em espetáculo com uma nova ópera encomendada a Mauricio de Bonis.

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Entre os destaques da temporada sinfônica estão concertos com obras como Erwartung, de Schoenberg, Pedro Malazarte, de Guarnieri, e uma nova cantata do compositor André Mehmari, encomendada para o Coral Paulistano.

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