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Superprodução conta vida da cantora

O musical Elis - Estrela do Brasil, que estréia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio, é uma superprodução, com elenco experiente sob a direção de Diogo Vilela

Por Agencia Estado
Atualização:

O musical Elis - Estrela do Brasil, que estréia nesta quarta-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio, é a primeira homenagem que a cantora recebe no teatro. É uma superprodução, com elenco experiente sob a batuta de Diogo Vilela, em seu segundo trabalho como diretor. "Buscamos o arquétipo de Elis e não a história linear. O que se verá é uma atriz expressando seus sentimentos, sem copiar seus trejeitos", diz ele. "Para mim, a palavra associada ao nome dela é saudade e daí parte o espetáculo." A participação de Vilela foi o que convenceu os filhos de Elis a autorizar a produtora Sarau, especialista em homenagens a músicos, a realizar o musical. O texto é de Douglas Dwight e Fátima Valença, autores de Dolores e outra peças do gênero, e a atriz Inez Viana foi a escolha do diretor, que a viu em Cole Porter, Ele Nunca Disse Que me Amava, show despretensioso que virou sucesso retumbante. Desde outubro, 11 atores e 6 músicos ensaiam dez horas diárias para contar a vida da cantora que mudou as estruturas da música e do show biz brasileiros. A história vai dos 11 aos 34 anos de Elis, um esforço físico e emocional para Inez Viana, que encontra o personagem de sua vida. "Até aqui, fiz musicais, mas parece que passei a vida me preparando para esse papel", conta Inez, que cortou os cabelos à joãozinho para ficar mais parecida com a cantora. "Vi todos os vídeos e ouvi todos os discos, mas evitei imitá-la, pois ficaria falso", conta. A ação não é cronológica, nem reproduz as frases de efeito que Elis forjava. "Nossa intenção é mostrar às novas gerações quem foi Elis, que saiu de Porto Alegre, sem outros recursos que não seu talento, ganhou o País e virou a principal referência para toda cantora brasileira. Os diálogos expõem situações que envolveram sua arte. Não são literais", diz Fátima, a única do grupo que conheceu Elis. "Na época do show Transversal do Tempo, eu fazia a revista Rio de Cabo a Rabo e pedimos para ir de graça. Ela nos convidou para o show e para o camarim." Para resumir a história em duas horas de espetáculo, recheadas com 26 músicas, alguns personagens tiveram participação reduzida e muitas canções viraram vinhetas. Para Fátima e Dwight, os autores, foi cortar a própria carne. "Pessoas como Solano Ribeiro, que levou Elis para os festivais, e Edu Lobo, autor de músicas importantes que ela cantou, deveriam aparecer mais", explica Douglas Dwight. Diogo Vilela acha natural que nem todos os sucessos estejam no roteiro, como as músicas de João Bosco e Aldir Blanc, lançados por ela e fornecedores de alguns de seus sucessos. "As canções têm uma função dramática", explica ele. "O Bêbado e a Equilibrista, por exemplo, aparece quando se fala da anistia, cantada por todo o elenco. Foi nossa opção porque a música teve uma conotação política que ultrapassou a intenção de Elis." Elis merecerá outras homenagens além de Estrela do Brasil e do Arquivo N, da Globonews. A "Globo" deve produzir uma minissérie/filme, no modelo de O Auto da Compadecida, com direção de Denise Sarraceni. Falta definir se será ficção, documentário ou um misto de ambos. "Somos os primeiros a falar de Elis e estamos preparados para receber os aplausos e os apupos pela iniciativa", brinca Fátima Valença.

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