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Stone Temple Pilots mescla clássicos e músicas novas em São Paulo

No palco do Via Funchal, a banda mostrou que a ressurreição não é apenas discurso

Foto do author Luiz Raatz
Por Luiz Raatz
Atualização:

As camisas de flanela xadrez saíram do armário para, em um Via Funchal razoavelmente lotado, acompanharem o primeiro show do Stone Temple Pilots no Brasil, na noite desta quinta-feira, 9. No show em São Paulo, o grupo mostrou entrosamento e carisma, mas sofreu com a má qualidade do som. O vocalista Scott Weiland interagiu pouco com o público, que levantou em Plush, talvez a canção mais conhecida da banda no Brasil.

 

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Embora não sejam de Seattle, mas da Califórnia, Scott Weiland e sua turma surgiram para o rock após o estouro do grunge nos anos 1990.Nos EUA, a banda conta com a boa receptividade do público, mas sempre sofreu com os críticos, que a acusam – injustamente, diga-se - de surfar na onda de Nirvana , Pearl Jam e cia. Mais de 18 anos depois do disco de estreia, Core, e após ter encerrado suas atividades entre 2002 e 2007, o grupo voltou à ativa em 2008.

 

Neste ano, lançou o disco Stone Temple Pilots , que concorre ao Grammy de melhor album de hard rock com outros velhos companheiros dos anos 1990, como o Soundgarden e o Alice in Chains, além do Them Crooked Voltures, projeto paralelo do Foo Fighter Dave Ghrol, ex-baterista do Nirvana.

 

No palco, a banda mostra que a ressurreição não é apenas discurso. Apesar dos notórios problemas com as drogas, que deixa o vocalista com a aparência de quem acabou de sair da reabilitação, Weiland faz seu trabalho nos vocais com competência. Os outros três integrantes do grupo, os irmãos Robert (baixo) e Dean DeLeo (guitarra) e o baterista Eric Kratz, também mostram estar afiadíssimos.

 

 

O show. Contrastando com as camisas xadrezes da plateia, Weiland subiu ao palco de terno e gravata. Na música de abertura, Crackerman, cantou com um megafone. Volta e meia distribuía dancinhas pelo palco, em passos que lembravam ora Michael Jackson, ora Axl Rose. Se comunicou pouco com a plateia, sempre em inglês, para apresentar uma ou outra música

 

Robert DeLeo tem bastante presença de palco. O baixista tentou ser simpático, arriscando o tradicionai "obrigado" e distribuindo palhetas para a galera. Nos momentos mais empolgantes, tocou no meio do pessoal da pista vip. Dean, o guitarrista, sofreu bastante com a qualidade do som. Seus bons solos estavam inaudíveis na primeira metade do show. Na parte final, arriscou improvisações de um rock meio bossa-nova entre uma canção e outra.

 

O repertório mesclou músicas dos álbuns mais clássicos, como Core (1992) e Purple (1994), com algumas canções do disco novo. Destas, a melhor é Hucleberry Crumble, bastante melódica e dançante. Big Empty, canção de Purple que esteve na trilha do obscuro filme O Corvo, com Brandon Lee, foi embalada pelos isqueiros acesos na plateia.

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O ápice do show, claro, foi a música mais conhecida. "Essa canção se chama... Plush". Weiland nem precisava fazer o suspense. Àquela altura, com a qualidade do som um pouco melhor, ficou fácil. Todo mundo cantou junto. Ainda sobrou tempo para um cover do Led Zepelin (Dancing Day) e para duas músicas no biz. No final, aplausos da plateia, e mais um "obrigado, São Paulo" de Robert.

A banda encerra sua passagem pelo Brasil no dia 11, no Circo Voador, Rio de Janeiro. Depois, segue para o Peru, Colômbia e Austrália.

 

 

Setlist:

CrackermanWicked GardenVasolineHeaven and Hot RodsBetween the LinesHickory DichotomyStill RemainsCinnamonBig EmptyDancing DaysSilvergun SupermanPlushInterstate Love SongHuckleberry CrumbleDownSex Type ThingBiz:Dead and BloatedTripping on a Hole in a Paper Heart

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