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Stevie Wonder pede paz em conferência em Salvador

"Não alcançaremos a paz através de guerras, do ódio, ou do imperialismo", disse o cantor americano na 2.ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora

Por Agencia Estado
Atualização:

O cantor norte-americano Stevie Wonder fez uma chamada à paz e reivindicou sua herança africana durante a 2.ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora, que começou nesta quinta-feira, em Salvador. "Não alcançaremos a paz através de guerras, do ódio, ou do imperialismo. Também não através do terrorismo, temos que ter respeito", disse Wonder diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos líderes de Botswana, Cabo Verde, Gana, Guiné Equatorial, Jamaica, Senegal e Tanzânia. "Não venho como político, venho como um homem afro-americano que foi abençoado pela dádiva da música, para trabalhar pela paz através da minha música", disse o cantor no auditório com cerca de mil presentes. "Queria dizer que a única forma de conseguir a paz na África e na diáspora é ter amor, respeito e diálogo, como o que temos aqui", afirmou. Wonder deveria fazer no sábado uma apresentação em Salvador, dentro das atividades culturais da conferência, mas o compositor desapontará seus fãs. "Eu gostaria de ficar durante toda a conferência, mas devo voltar porque minha filha completa 16 anos. Meu coração está, no entanto, aberto à perpetuação e crescimento da África", disse. Wonder narrou a letra e cantou parte de uma música sua que pede paz, tolerância, solidariedade e esperança. "Não pode servir aos ricos e abandonar os pobres, fechar as portas e não ouvir os gritos. Não pode libertar o escravo para torná-lo escravo outra vez de forma diferente", afirmou. O cantor prestou homenagem à mãe, que morreu em 31 de maio. "Ela era a pessoa mais importante da minha vida. Apesar de quase depois do nascimento ter ficado cego, ela não permitiu que isso fosse um empecilho em minha vida (...), me deu a coragem para fazer coisas em minha vida que nunca imaginei que aconteceriam", disse Wonder. O músico defendeu que, nesta época de grandes avanços tecnológicos, estes sejam mais acessíveis aos que têm problemas físicos, dentro e fora da África. Também se pronunciou a favor de que os líderes políticos estimulem os jovens a compreenderem a história do continente. "Há muitos que conhecem muito pouco sobre os grandes reinos da África e sobre a escravidão", lamentou.

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