Steve Vai mostra seus setes em São Paulo

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Por Agencia Estado
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Ele já foi o diabo (o coisa ruim em pessoa) no filme A Encruzilhada, de Walter Hill. Agora, está de volta com um disco chamado The 7th Song (A Sétima Canção, lançamento Sony Music), no qual reúne todas as sétimas canções dos seus sete discos e sorteia entre os compradores 777 CDs autografados. O disco foi lançado no dia 7 de novembro. O que é ele, um guitarrista ou um exorcista? Ambas as respostas são corretas. O nome em questão é o de Steve Vai, ex-guitarrista de Frank Zappa, um herói do instrumento e considerado um dos mais virtuosos músicos de sua geração, ao lado de Joe Satriani, Eric Johnson e o sueco Yngwie Malmsteen. Steve Vai toca sexta e sábado no Olympia, em São Paulo. O número da besta é 666. Mas o que significa tanto número 7 em sua simbologia recente, mr. Vai? "Talvez seja o número dos anjos", diverte-se o músico, em entrevista por telefone, de Los Angeles, onde vive. "A verdade é que é apenas uma idéia que eu tive, porque o número 7 nos meus discos geralmente era uma balada e é o estilo que eu mais gosto, as guitar ballads", ele conta. "Na verdade, eu não acredito em numerologia nem sou um místico", afirma. Steve Vai toca com um quinteto no Olympia - baixo (Philip Bynoe), bateria (Chris Frazier), duas guitarras (Vai e David Winner) e teclados (Eric Goldberg). Ele fala ao telefone e toca a guitarra ao mesmo tempo. "Quando estou em turnê, treino em média dez horas por dia", conta o músico, derrubando o mito de que um virtuoso já tem a vida ganha e não precisa suar a camisa. "Esse negócio de dizer que o show de guitarrista é tedioso é muito subjetivo", diz Vai. "Se você gosta do jeito virtuosístico de tocar, como muitas pessoas gostam, esse é o tipo de som que procura", afirma. "Steve Ray Vaughan fazia um som maravilhoso e era um guitarrista virtuoso - isso tudo depende de gosto pessoal", pondera. Steve Vai também defendeu o seu ex-professor de guitarra e parceiro no grupo G3, Joe Satriani, das acusações de ser um "traidor do rock" - Satriani flertou com o tecno e a música eletrônica em seu disco mais recente, Engines of Creation, o que enfureceu alguns fãs. "O uso da tecnologia é apenas um outro jeito de se expressar, de criar o que se gosta", diz o músico. "Particularmente, há certos elementos que acho atrativos na música eletrônica, mas em geral acho que ela tem uma certa frieza de sentimentos", considera. "No fim das contas, é tudo música, é tudo legítimo, e eu não criticaria jamais Joe por ter incorporado o tecno ao seu rock." Ganhador de um Grammy em 1993, Steve Vai cursou a Berklee School of Music de Boston e, além de ter sido parceiro de Zappa, tocou com David Lee Roth e boa parte das grandes feras do rock. No ano passado, ele foi convidado - junto a Jimmie Vaughn, Larry Carlton e Joe Satriani - a deixar a marca de suas mãos no cimento do Rock Walk, no Sunset Boulevard de Hollywood. O Rock Walk é uma honraria criada em 1985 para celebrar grupos e artistas que tenham feito contribuições significativas à história do rock. E é uma história que começou muito cedo. Com apenas 7 anos, ele montou uma banda com a irmã, Lillian, chamada Hot Chocolate. Tocava bongôs e manuseava um gravador de pilha. Com 12 anos, já tocava guitarras e teclados num agrupamento chamado The Ohio Express. "A gente sentava e tocava Jumpin´ Jack Flash o dia inteiro", lembra. Mas sua fama veio mesmo nos anos 80. Entre 1980 e 1982, ele tocou com Frank Zappa e suas bandas de então, que incluíam Tommy Mars, Arthur Barrow, Ray White, Bob Martin e Scott Thunes. Foi um tempo tão fértil que ele, em seu penúltimo disco, The Ultrazone, deixou mais uma homenagem ao velho mestre, a canção Frank. Steve Vai - Amanhã e depois, às 22h30. De R$ 40 00 a R$ 70,00. Olympia. Rua Clélia, 1.517, São Paulo, tel. (11) 3675-3999. Até sábado. Patrocínio: Chevrolet e Ajato.

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