Spokfrevo Orquestra leva os ritmos do Recife para os clubes de jazz do mundo

Grupo lança disco e se prepara para duas apresentações no Lincoln Center, em Nova York

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Por Julio Maria
Atualização:

Começou com as orelhas. Antes que elas crescessem além da conta e passassem a se mexer como se tivessem vida própria, Inaldo Cavalcante de Albuquerque era só um aluno comum da cidade de Abreu e Lima, no interior de Pernambuco. Certo dia, suas orelhas ouviram Luiz Gonzaga cantando Asa Branca e desandaram a aumentar de tamanho. Os amigos de sala perceberam e viram Inaldo se transformar, aos poucos, no famoso personagem de Jornada nas Estrelas: “Fala aí, Spock.”

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As orelhas de Spok – o apelido acabou sendo adotado por ele mesmo para a vida toda, sem o C antes do K – seguiram bem abertas. Da escola onde não sabia nada de música para as ruas do frevo de Pernambuco, das ruas do frevo para o grupo do armorial Antonio Nóbrega, do grupo de Nóbrega para sua própria orquestra e com sua orquestra para as graças de Wynton Marsalis, Inaldo Spok voou alto.

Uma de suas últimas decolagens o levou com mais 16 instrumentistas de sua Spokfrevo Orquestra até o sudoeste da França, onde se apresentaram no festival Jazz in Marciac. O trompetista Wynton Marsalis ficou com a pulga atrás da orelha. Ao final do show, se aproximou esbaforido antes mesmo que o brasileiro conseguisse chegar ao camarim: “O que foi isso?”

 

 

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