SP recebe samba e choro da "Esquina Carioca"

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Por Agencia Estado
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O samba e o choro unem os grandes músicos que estarão em cena - infelizmente, só nesta quarta-feira - na Tom Brasil, no espetáculo Esquina Carioca. Mas samba e choro não são formatos musicais fechados. Considerados como gênero, samba e choro abrigam, cada, uma quantidade imensa de subgêneros, variações. São diferenças às vezes óbvias, às vezes sutis. Os grandes músicos que estarão amanhã em cena, unidos pelo samba e o choro, são muito diferentes, entre si. E, se o respeito pelos gêneros os aproxima, a maneira particular que cada um deles emprega para fazer sua música trás à tona sonoridades novas, frutos de anos de dedicação, da inteligência e da sensibilidade de cada um. O show de amanhã junta dois projetos de sucesso. O primeiro deles foi o Dobrando a Carioca, quarteto de ocasião (não é depreciativo; de ocasião porque nasceu informalmente, do encontro dos quatro cantores, compositores e violonistas. Eram eles Moacyr Luz, Guinga, Zé Renato e Jards Macalé. O segundo projeto foi o Esquina Carioca, produção que reunia em palco o mesmo Moacyr Luz mais Luiz Carlos da Vila, Beth Carvalho, João Nogueira, Dona Ivone Lara e outros bambas Para o show de amanhã, cada um dos integrantes do Dobrando a Carioca teve o direito de convidar alguém que admirasse e que lhe fosse afim. Moacyr Luz chamou o compositor Nei Lopes. Guinga mandou buscar o saxofonista Paulo Moura. Zé Renato convocou - e foi obedecido por - Elton Medeiros. E Jards Macalé foi ao morro de São Carlos intimar Luiz Melodia. Todos são de samba e de choro, mas cada um à sua maneira. De ascendência árabe, nascido no subúrbio e criado na zona norte carioca, Moacyr Luz passeia pelo samba de feitio de morro, pelo partido alto de acento quilombola, pela canção apaixonada da esquina vadia. Guinga é um villalobiano que dá prosseguimento à obra de Jobim e avança um passo adiante com tudo o que veio da fonte de Villa. Zé Renato é capixaba, fez-se adotar pelo Rio e foi sofisticando a arte de um canto inconfundível com o uso sábio de poucos elementos para dizer muito. Jard Macalé descende dos nordestinos que lhe emprestam a coragem da aventura, da invenção, do desafio constante - e seu convidado Melodia pôs no samba um pé do pop (nunca vice-versa). Do sincopado de Nei Lopes, letrista e compositor salgueirense, ao maravilhoso mundo melódico de Elton Medeiros, parceiro mais constante de Cartola, conta-se a história do samba. E no sopro de Paulo Moura ouve-se a gafieira, a festa de rua - tudo isso num lugar só, numa mesma noite. Um privilégio. Esquina Carioca - Amanhã (31), às 21 horas. R$ 20,00 e R$ 25,00 (ingressos à venda exclusivamente no Pirajá: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 64, tel. 3816-6413). Tom Brasil. Rua das Olimpíadas, 66, tel. 3845-2326. Patrocínio: Brahma, Marlboro e ZIP.NET.

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