Sony relança 19 discos dos gigantes do jazz

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Por Agencia Estado
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A Sony Music lança, nesta semana, um pacote de reedições com 19 discos de jazz de tirar o fôlego do apreciador do gênero, pinçados do catálogo da Columbia Records. Entre eles, estão clássicos como Ellington at Newport (1956), Sketches of Spain, de Miles Davis (1960); Monk Alone - The Complete Columbia Solo Studio Recordings of Thelonious Monk (gravado entre 1962 e 1968); e Mingus Dynasty (com gravações colhidas entre 1960 e 1979). Para quem ainda aguarda com ansiedade para pôr as mãos no mais recente tesouro do mercado fonográfico (Miles Davis & John Coltrane: The Complete Columbia Recordings, que reúne seis álbuns gravados entre 1955 e 1961), há um bom aperitivo no pacote: o mítico Kind of Blue, o álbum de jazz mais vendido no mundo todos os anos desde seu lançamento em 1959. Foi nesse álbum que Miles mudou sua maneira de trabalhar, mostrando a seus músicos esboços das novas composições para deixá-los mais livres e incitá-los à improvisação coletiva. E quem eram os músicos de Kind of Blue? Ora, ninguém menos que Bill Evans (piano), John Coltrane (saxofone tenor), Julian Cannonball Adderley (sax alto), Paul Chambers (baixo) e Jimmy Cob (bateria). Aqui, no auge de sua forma artística e no mais fundo de sua dependência de heroína (ambos foram viciados), consta que Miles Davis e John Coltrane mal se falavam. Tocavam juntos a noite toda, mas seu relacionamento era o pior possível - após Davis ter socado Coltrane no estômago num show no Clube Bohemia, de Nova York, em outubro de 1956. O disco de "O Maestro" do jazz, Duke Ellington, é um registro essencial. Um álbum duplo com 40 canções (10 delas não gravadas anteriormente), que traz pela primeira vez o concerto inteiro de 1956, do jeito que foi apresentado pela Duke Ellington Orchestra. Apenas 7 mil sortudos estiveram lá, mas hoje todos podem ouvir o som daquela noite memorável. Bill Evans - Piano Player é uma coletânea com 11 faixas (7 delas jamais lançadas antes). Miles Davis - Porgy and Bess é a interpretação da ópera de George e Ira Gershwin (e também DuBose e Heyward) pelo maior trompetista da história, com a orquestra sob a direção de Gil Evans. O biógrafo de Miles Davis, Jack Chambers, disse que o músico deu à trilha "sua integridade própria, ordem e ação". A reedição de Marsalis Plays Monk (1993) não é tão caprichada. Mas é um discaço. Aqui, Wynton Marsalis e uma banda de nove músicos gravam Monk, entendendo o pianista da Carolina do Norte como "um poeta de Nova York", cuja música fala "de pontes, passarelas, pessoas, edifícios, velocidade, poder". Marsalis grava 13 temas de Monk e um de si próprio, In Walked Monk, homenagem ao mestre. O saxofonista Dexter Gordon (1923-1990), inspirador do filme Round Midnight, comparece com Sophisticated Giant, gravação de 1977 feita logo após ele retornar do seu auto-exílio na Europa. Os arranjos são do trombonista Slide Hampton e ele grava com uma banda de 11 músicos. Do trompetista Chet Baker vem também um clássico, She Was Too Good To Me, gravado em 1974. Entre os músicos, Paul Desmond no sax, Bob James ao piano e Ron Carter no baixo. Baker está cantando como nunca, embora em queda vertiginosa desde 1957, quando se viciou em heroína. No meio de tudo, a inédita My Future Just Passed, que nunca tinha aparecido em disco até então. Mas tem mais no pacote. O trio de guitarristas John McLaughlin, Al Di Meola e Paco de Lucia comparecem com Friday Night In San Francisco (1981). O grupo Weather Report vem com Heavy Weather (1977). De 1978, aparece a gravação de An Evening With Herbie Hancock & Chick Corea. Terence Blanchard mostra o seu The Billie Holiday Songbook (1994). O quarteto de Dave Brubeck comparece com a reedição de Gone With the Wind (1959). E há ainda o CD The Quintet (1977), que reuniu Herbie Hancock, Freddie Hubbard, Tony Williams, Ron Carter e Wayne Shorter. O discos custam em média R$ 20,00 (o CD simples) e R$ 34 00 (o CD duplo). Já estão nas lojas e também podem ser adquiridos via Internet (www.sonymusic.com.br).

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