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Sony quer vender 4 milhões de Roberto Carlos "Acústico"

Por Agencia Estado
Atualização:

Foram meses de negociações para a liberação de direitos autorais, barracos entre Globo e MTV, protelações de lançamento, boatos, intrigas. Mas, lá no fundo, tanto imbróglio vem preparando o terreno para que o novo disco de Roberto Carlos faça um estrago poucas vezes visto no mercado fonográfico. Acústico, previsto inicialmente para sair em agosto, tem nova data para chegar às lojas: primeira quinzena de setembro. Ninguém na gravadora Sony fala sobre o assunto, mas, em seus corredores, sussurra-se que o projeto tem potencial para superar as 4 milhões de cópias. Caso as previsões da empresa estejam corretas, a indústria do disco estará diante de novo recorde. Quem ainda detém a melhor marca é o grupo Só Pra Contrariar. Em 1998, o grupo contrariou as expectativas da gravadora, a BMG, e atraiu mais de 3 milhões de compradores de seu disco lançado em 97. Uma outra fonte do mesmo projeto, do qual renderá outros milhões, ainda espera por definição. O DVD do mesmo show que a MTV gravou para lançar o disco, há três meses, não tem liberação da Rede Globo para ser comercializado. A Globo tem exclusividade sobre as imagens do artista e não permite que outra emissora as veicule. A emissora carioca bem que ameaçou dar uma colher de chá e liberar, ao menos, uma música para a MTV incluir na programação. Nem isso foi concretizado. ?De certo, até agora, só o lançamento do CD?, informa a assessoria de Roberto Carlos. Quando chegar às prateleiras, Roberto Carlos terá pela frente uma sedenta legião de fãs. Nenhum outro de seus mais de 35 álbuns causou expectativa maior. Chegou-se a divulgar, na sessão boataria, que o rei gravaria tudo de novo porque a gravadora queria incluir mais palmas da platéia. ?Nunca vi o Roberto fazer um disco em tempo tão rápido. Mas a demora para o lançamento está nos deixando com muita curiosidade?, conta Vera Marchisiello, coordenadora do fã clube Um Milhão de Amigos (guma@microlink.com.br). Nem tudo é para ser festejado. Parte dos seguidores do cantor questiona o fato de o disco ser, mais uma vez, uma compilação de sucessos, entre eles Parei na Contramão, O Calhambeque, Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos e É Proibido Fumar. Outra parte diz que não se conformará se este for o disco do ano. ?Aceitamos se este for um projeto paralelo. Disco do ano não. Esperamos muito e queremos ouvir as músicas inéditas?, reivindica Vera. Pouco interessados se o disco terá a "trigésima" versão de Detalhes ou não são os vendedores do mercado negro. A pirataria espera na moita para abocanhar Roberto Carlos assim que seu primeiro exemplar chegar às lojas. Ou até, como tem ocorrido, comercializá-lo antes mesmo de seu lançamento oficial. ?Se Roberto Carlos vender 4 millhões nas lojas, outros 4 milhões ou mais serão vendidos pelo camelô?, afirma João Carlos Mochizuki, diretor-executivo da Associação Protetora dos Direitos Intelectuais e Fonográficos (Apdif). A gravadora do artista chutou alto e terá de suar para ter o lucro que espera. Segundo números da Apdif, dos 100 milhões de discos vendidos no ano passado, 60 milhões saíram das bancas de camelôs.

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