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Som a Pino: ‘Voltei’

É a minha coluna de volta da licença-maternidade. Nesses meses em que estive fora foram tantos lançamentos musicais que vamos ter de nos atualizar

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Por Roberta Martinelli
Atualização:
Beth Carvalho, a madrinha do samba, que morreu em 30/4 Foto: Vera Donato

Esta é a minha coluna de volta da licença-maternidade. Peço, então, uma pequena licença nesta coluna de música para falar justamente disso. Calma. Juro que eu serei breve. Prometi a mim mesma não fazer isso, mas é mais forte. Ainda mais nesta semana. Sim, eu agora sou mãe. Sim, aquela data comercial vai me cair como uma luva. Me disseram que era assim a maternidade: um eterno cuspir para cima e cair na testa. Cá estou eu de volta, com a testa ensopada e o coração cheio de amor, mesmo com tudo que tem acontecido no Brasil. HOMENAGEM Mas o que raios isso da maternidade tem a ver com uma coluna musical? Tem sim! Pois semana passada nos deixou Beth Carvalho – mãe, avó, mulher, madrinha do samba, uma verdadeira lutadora que nos emocionou em vários momentos da vida, e a mim especialmente, ao fazer um show deitada com o grupo Fundo de Quintal em setembro de 2018.  Quando penso naquela imagem, eu choro. Ela ali no palco, exercendo sua arte. Que força, que mulher! O público, na ocasião, gritava “guerreira” e ela foi mesmo – a vida toda. “A alegria é uma forma de resistência. O samba é a minha essência, cantar é minha razão”, escreveu Beth. Tinha de começar assim. Precisava falar dela. Uma pequena homenagem. LANÇAMENTOS E agora sigo...

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Nesses meses em que estive fora foram tantos lançamentos que vamos ter de nos atualizar. Jards Macalé lançou um disco de inéditas, seu Besta Fera. Jorge Mautner lançou o disco com o maravilhoso título Não Há Abismo em Que o Brasil Caiba (qualquer semelhança com a realidade não é nada coincidência) – os dois discos feitos com novos encontros com Tim Bernardes, Tono, Ava Rocha, Romulo Fróes, Kiko Dinucci... – esses dois seguem sempre à frente. Outro lançamento que eu recomendo é o disco Folhuda, terceiro da cantora, compositora e instrumentista Juliana Perdigão com produção dela e do Thiago França – um verdadeiro encontro de som e poesia.  Nas composições, parcerias com Arnaldo Antunes, Paulo Leminski, Bruna Beber, Angélica Freitas. 

E ainda Thiago Pethit lançou o tão aguardado Mal dos Trópicos, Liniker e os Caramelows lançaram o Goela Abaixo (segundo disco depois de um sucesso e tanto), Francisco, el Hombre, o Rasgacabeza, Pitty, Black Alien, O Terno, Barbara Eugênia, Baiana System... Tanto a falar. Tanto a ouvir. Tanto para resistir.  2019, a arte segue forte.  Bom estar de volta com tanto a dizer. Esta primeira coluna é minha abertura do ano. Temos de pensar, trocar, conversar, avançar e vamos cantando, pois dizem que vai passar. 

Emicida lança novo trabalho em 9 de maio Foto: Victor Balde

Música da SemanaEminência Parda Essa é a primeira música do próximo disco do artista (usei artista, pois ele faz tanta coisa que achei que resumia) Emicida com participação de Dona Onete, Jé Santiago e Papillon.  O lançamento está previsto para o dia 9 de maio nas plataformas de streaming e com videoclipe. 

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