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Soledad lança seu primeiro disco com show em São Paulo

Cantora de Fortaleza faz sua estreia solo guiada por Gui Amabis e marcada pela melancolia de suas canções

Por Pedro Antunes
Atualização:

No inverno paulistano de 2016, cuja temperatura chegou a 4ºC, a cantora de Fortaleza cantava a solidão. Sua voz passeava por versos melancólicos, donos de uma ausência sofrida, enquanto ela buscava a quentura do estúdio nos arranjos da sua banda, formada por músicos do mesmo estado que ela. 

Na ficha técnica do disco de estreia que leva o nome dela, Soledad dá a dica para entender o que está por vir nos próximos 31 minutos seguidos do play, mas é sutil. “Gravado no inverno de 2016 em São Paulo”, escreveu. “É algo que auxilia o entendimento do que estamos tratando no disco”, explica a cantora. “Fatores externos costumam contribuir na gravação”, ela justifica. Era o primeiro inverno de Soledad Maria Barbosa, artista de 26 anos, na capital paulista – ela havia se mudado para a cidade em setembro do ano anterior. “Minha voz se complicou, tive problemas respiratórios. E, além disso, foi um período de tristeza. Quando a saudade aperta e você não sabe lidar com isso.” 

Intérprete. Cantora buscou por músicas tristes para o disco Foto: Haroldo Saboia

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Soledad, o disco, começou a tomar forma ainda em Fortaleza. O músico e produtor Gui Amabis, que cedeu a letra de Doce Amável, que encerra o trabalho, ajudou a dar forma ao projeto. “A escrita do Gui é melancólica e é solar”, elogia. O produtor ajudou ela a formatar a banda (Vitor Colares, Bruno Rafael e Guilherme Mendonça) e encontrar a estética sonora necessária para as canções melancólicas escolhidas pela intérprete. O resultado inclui guitarras tão chorosas quanto os versos cantados. Fernando Catatau, líder do Cidadão Instigado, banda das mais importantes do rock contemporâneo do País, participa em Jardim Suspenso

Ao atender a ligação do Estado, Soledad havia acabado de receber as versões físicas do seu disco de estreia (lançado pela EAEO Records). Ela, própria, tinha a voz engasgada pelo choro. “Desculpe”, pediu ela, chorosa. “Foi um processo duro gravar esse disco. Músicas de fossa sempre me atraíram e, quando decidimos fazer um álbum, além da exposição, tem algo de expurgar alguns sentimentos.” 

SOLEDAD 

Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1.000, Liberdade, tel.: 3397-4002. Hoje (sáb.), às 19h. Gratuito. 

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