Sob influência da canção mineira, Rafa Castro lança disco e faz show

Pianista mineiro apresenta em SP músicas de seu álbum ‘Fronteira’, além de canções de compositores que admira

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Por Adriana Del Ré
Atualização:

As influências musicais mineiras estão presentes em cada momento do novo disco do pianista, cantor e compositor Rafa Castro, Fronteira. Aliás, o trabalho exala Clube da Esquina em arranjos, melodias, letras e vocais. Aquela atmosfera que é tão característica do movimento encabeçado por Milton Nascimento e Lô Borges. Ele próprio mineiro, Rafa, aos 30 anos, atualiza essas raízes num álbum autoral cheio de lirismo e sutilezas, em que faixas instrumentais, como Casulo, O Levante (parceria com Pablo Bertola) e Cacos de Vitral soam como pontos de repouso em meio a canções que ganharam letras.

Ele conta que, durante o processo todo, compôs melodias que contassem histórias do universo que estava vivendo e convidou, então, letristas para ajudá-lo “a trazer a palavra, a poesia, para completar essa contação de história”. “Todos os músicos que participam do projeto têm a versatilidade de serem grandes instrumentistas de jazz, terem uma ligação forte com a música instrumental, mas, ao mesmo tempo, são grandes conhecedores do cancioneiro popular brasileiro.” 

Rafa Castro. Entre as referências, Clube da Esquina Foto: LORENA DINI

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E é com as canções de Fronteira, combinadas com músicas de autores que ele admira como Milton Nascimento (Vera Cruz), Caetano Veloso (O quereres) e Lô Borges (Trem Azul), que Rafa se apresenta neste domingo, 11, no Sesc Belenzinho. Como foi fazer essa conexão de composições próprias e alheias? “Me interessa fazer essa ponte entre o meu processo e as canções que realmente são referências para minha criação”, comenta ele, que vive em São Paulo. “Tanto na sonoridade, com melodias e harmonias incríveis, que provocam a percepção, quanto pelas letras que me emocionam sempre que ouço.” 

Rafa fala sobre essas referências das Minas Gerais tão engendradas em sua obra. “Fronteira foi um momento de descobrimento e novas experiências para mim. Trago toda carga afetiva das minhas influências musicais mineiras, principalmente pós-CD e DVD Teias, em que pude participar ativamente da música com um dos representantes do Clube da Esquina, que é o Túlio Mourão, num duo de pianos raro na música popular brasileira, e minha experiência e mergulho na composição de trilhas sonoras”, observa. "Consegui juntar dois pilares que são muito latentes no meu trabalho, e acredito que cheguei a um resultado real do que estava fazendo sentido para mim. Nesse disco, acredito que descobri minha maneira de pensar e expressar artisticamente minha identidade. Comecei a pensar seriamente sobre meu papel e sobre minhas virtudes.” 

Rafa conta que sua aproximação com o piano, no qual ele compõe predominantemente, começou aos 19 anos. Antes, dos 13 aos 15 anos, tinha estudado violão e teoria musical. “Mas nunca consegui entender muito bem, pois achava que era um instrumento sem muita lógica e sequência (apesar de ser uma paixão, e de nunca ter abandonado).” Foi com a entrada do piano em sua vida que tudo o que ele tinha aprendido até então fez sentido. Estudou na Universidade de Música Popular Bituca, em Barbacena (MG). “Fui me envolvendo cada vez mais, e descobri na música uma forma de me encontrar no mundo. Aos poucos, a música foi direcionando todo o meu foco e me levando naturalmente pelos caminhos que venho percorrendo.”

RAFA CASTRO

Sesc Belenzinho. Teatro. Rua Padre Adelino, 1.000, tel. 2076-9700. Amanhã (11), às 18h. Ingressos: R$ 6 / R$ 20. 

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