
22 de março de 2014 | 23h25
São Paulo (atualizado às 23h57) - Sob pesada chuva, em clima pacífico, 65 mil pessoas encharcadas saudaram no Morumbi, na zona sul, a entrada em cena da banda de heavy metal Metallica. Às 21h50, sob o tema tradicional do western spaghetti O Bom, O Feio e o Mau, de Sergio Leone, o grupo entrou tocando Battery. A chuva parecia deliciar o vocalista James Hetfield, que abria a boca para o céu.
Durante a tarde, numa das manifestações na cidade, fãs do Metallica foram confundidos com black blocs, por causa de suas camisetas pretas. Nada mais longe disso: mesmo molhados, os fãs do Metallica faziam 'olas' animadas nas arquibancadas e 'selfies' eufóricos pelo estádio.
A chuva só deu trégua após uma hora de show, tempo em que Hetfield trocou de camisa umas três vezes. "Você é linda, São Paulo", disse o vocalista, antes de cantar And Justice for All. Reclamou do som baixo da guitarra também.
O repertório foi escolhido pelos fãs e três canções extras ainda eram votadas antes de o show começar. Uma única seria prerrogativa da banda.
A interatividade, aliás, foi a chave do show. Durante o espetáculo, o Metallica ainda estimulava a votação on line por mais uma música no repertório. A disputa estava entre Ride the Lightning e Memory Remains.
No momento em que "media" a popularidade de ambas, Hetfield chamou ao palco um brasileiro, Tiago, diretor do fã clube paulistano da banda, para chamar a próxima música. Ele berrou, em inglês: "Vocês estão prontos? Prontos para Creeping Death?". A banda em seguida executou a canção, para delírio geral.
Às 23h40, eles se retiraram para voltar menos de um minuto depois para o primeiro bis.
No final do show, Hetfield disse: "Agora, o momento mais esperado, a canção na qual vocês votaram". No telão, o maior número de votos na escolha feita enquanto o show rolava fora para The Day that Never Comes.
Duas horas antes de entrar em cena, o baterista do Metallica e um dos fundadores da banda, Lars Ulrich, falou por telefone ao Estado.
Confira um trecho da entrevista:
Apenas seis meses após seu último show no Brasil, vocês têm outro estádio lotado esperando por vocês. Qual a sensação?
Fizemos um grande show no Rock in Rio, mas havia algum tempo que não tocávamos em São Paulo, uma das melhores plateias do mundo. É legal estar de volta, especialmente porque é um show em que os fãs escolhem o repertório.
Há elogios em relação a essa decisão, mas também há críticas. Por exemplo: dizem que o show fica previsível, porque os fãs só escolhem os clichês.
Toda noite é diferente. Agora, por exemplo, os fãs escolheram Whiskey in the Jar, que não tocamos em outros lugares da América Latina. Quem diz isso subestima a importância das músicas para os fãs. Nothing Else Matters, por exemplo, é muito importante, por isso voltou.
Vocês vão tocar a nova música Lord of Summer?
Sim, é a música que os membros do Metallica concordaram unanimemente em tocar.
Você disse que é a música que define melhor o que vai na cabeça da banda nesse momento. E o que é que vai?
Está tudo muito complicado. Em todos os nossos discos, sempre experimentamos novas direções. Essa música tem mais a ver com um metal antigo, mais trashy. É muito divertida, por isso a escolhemos.
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