Shows no Sesc lembram os 70 anos de Candeia

Sambista carioca completaria 70 anos se estivesse vivo. Em sua homenagem, o Sesc Pompéia reúne grandes nomes do samba para shows

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Por Agencia Estado
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O sambista carioca Candeia, morto em 1978, completaria 70 anos se estivesse vivo. Em homenagem a este herdeiro das tradições da Portela, grandes ´bambas´ do estilo se reúnem no Sesc Pompéia para shows e rodas de samba. Entre eles, Paulinho da Viola, Teresa Cristina e Cristina Buarque. "Deixe-me ir, preciso andar/ Vou por aí a procurar/ Rir pra não chorar." Até quem não é de samba conhece esses versos da obra-prima Preciso me Encontrar, depois que Marisa Monte os popularizou. Para quem quiser saber mais, o Sesc Pompéia realiza de amanhã a domingo o projeto Candeia 70 Anos. A primeira parte, no teatro, reúne Paulinho da Viola, Teresa Cristina, Luiz Carlos da Vila, Wilson Moreira e o Quinteto em Branco e Preto num show memorável por antecipação. Está prevista uma gravação para lançamento em DVD e exibição na TV Cultura. Depois eles devem se juntar a Cristina Buarque, Wanderley Monteiro, Pedro Miranda, Oswaldinho da Cuíca, Paulinho Timor, Marcelo, Borba, Edu Batata e Cahê numa roda de samba na choperia. "Candeia está virando um mito, como aconteceu em outros tempos com Noel Rosa, que ganhou maior reconhecimento muito depois de morto", indica Helton Altman, produtor e diretor do evento. "A procura pelo samba de verdade, autêntico, cresceu muito entre os jovens de São Paulo e do Rio. Essa juventude que freqüenta as rodas está interessada em saber quem fez a história do samba. Candeia está sendo redescoberto por isso." O show começa com a voz do próprio Candeia explicando o que é partido alto. Em seguida o Quinteto em Branco e Preto vai interpretar vários partidos do homenageado e seus parceiros portelenses. Paulinho fecha o roteiro, que terá uma parceria inédita de Candeia com Wilson Moreira (Samba Livre) e um tributo de Luiz Carlos da Vila, O Sonho não Acabou, o único que não leva a assinatura de Candeia. Ninguém foi escolhido à toa. Todos têm forte ligação com Candeia. Luiz, entre outros feitos, gravou uma antologia em 1998, A Luz do Vencedor. Wilson Moreira foi um grande parceiro e amigo. Paulinho também: está ligado a ele antes mesmo do primeiro grande sucesso, Minhas Madrugadas, gravado por Elizeth Cardoso em 1965. Carioca do subúrbio de Oswaldo Cruz, Antonio Candeia Filho, faria 70 anos no dia 17 deste mês. Herdeiro do samba de um dos fundadores da Portela, Antonio Candeia, o filho cresceu no meio da batucada, das rodas de amigos e em animados almoços com feijoada até no Natal. Candeia começou a compor aos 14 anos e com 15 teve sua parceria com Jair do Cavaquinho, Seis Datas Magnas, escolhida para representar a Portela na avenida. Foi sua primeira vitória, em 1953, com nota 10 em todos os quesitos. No entanto, ele começou a ficar famoso só nos anos 60 e gravou o primeiro de cinco discos-solo em 1971. Dez anos antes ingressou na polícia e ficou paralítico quando levou três tiros nas costas, disparados por um desafeto. Morreu vítima de insuficiência renal e hepática. Tinha só 43 anos. Candeia 70 Anos - Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700. Show no teatro, com Paulinho da Viola, Teresa Cristina, Luiz Carlos da Vila, Wilson Moreira e Quinteto em Branco e Preto. Amanhã e sáb., 21h; dom., 18h. R$ 8 a R$ 20. Roda de samba na choperia, com Cristina Buarque, Wanderley Monteiro, Pedro Miranda, Oswaldinho da Cuíca e outros. Amanhã e sáb., 22h30; dom., 19h30. R$ 3 a R$ 10

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