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Show em Copacabana celebra os 50 anos de Cazuza

Pelo menos 50 mil pessoas e personalidades da música lembram os principais sucessos do cantor

Por Roberta Pennafort
Atualização:

O show em tributo aos 50 anos de nascimento de Cazuza, na praia de Copacabana, noite de quinta-feira, 1, mostrou que, dezoito anos após sua morte, a obra do poeta está viva. Cerca de 50 mil pessoas, segundo a polícia, cantaram junto com amigos do compositor - Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Sandra de Sá, Leoni, Paulo Ricardo, George Israel, Ângela Rô Rô e outros - sucessos como O Tempo Não Pára, Pro Dia Nascer Feliz, Todo Amor Que Houver Nessa Vida, Maior Abandonado e Exagerado. O mau tempo, o feriado do Dia do Trabalho (muita gente deixou o Rio) e os problemas para liberação da praia (o show estava proibido até a antevéspera pela PM, por razões de segurança) tiraram público do espetáculo. A empresa Tim, promotora da festa, esperava 70 mil pessoas. Quando Ney Matogrosso subiu ao palco, às 19h10, apenas 15 mil o aguardavam. Ney abriu a noite em grande estilo. Vigoroso e inspirado, cantou O Tempo Não Pára, Por Que a Gente É Assim e Pro Dia Nascer Feliz. Era um dos artistas mais esperados. "Nem vim pelo Cazuza. Sou apaixonada pelo Ney. Não saio daqui nem se chover pedra", dizia, animada, dona Maria Selvina Campos, de 72 anos, colada à grade à qual chegara às 13 horas. Ao lado de dona Maria, estava a estudante Renata Conceição, que nasceu depois da partida de Cazuza - tem 15 anos -, mas cantarolou quase tudo que ouviu. "Eu conheci o Cazuza depois do filme (Cazuza - o tempo não pára, de 2004). Amo todas as músicas". A preferida de Renata é Codinome Beija-Flor, defendida por Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho. O "brother" Roberto Frejat não pôde ir porque estava fora da cidade. Participou virtualmente - foi mostrado, num telão, um trecho de um DVD do Barão com ele cantando O Poeta Está Vivo. O telão exibiu ainda cenas do filme sobre Cazuza e a trajetória da fundação Viva Cazuza, para crianças soropositivas, fundada por sua mãe, Lucinha Araújo, pouco depois de ele ser vitimado pela Aids. Os artistas,que pontuaram suas apresentações com gritos de "Viva Cazuza!", pareciam felizes por participar da homenagem. Nem o microfone falho incomodou. "Isso é coisa dele!", brincou Sandra de Sá, que escolheu Preciso Dizer Que Te Amo e Blues Da Piedade (composta para ela). Minha Flor, Meu Bebê ganhou versão voz e violão de Caetano, que, em seguida, encarnou o roqueiro em Maior Abandonado. Outras participações foram de Preta Gil (O Nosso Amor a Gente Inventa), Zélia Duncan (Vem Comigo e O Tempo Não Pára), Arnaldo Brandão (Jovem) e Gabriel O Pensador (Brasil). Na primeira fila das cadeiras colocadas na área VIP, Lucinha Araújo era saudada pelos que passavam pelo palco. Não parava de cantar. "Enquanto estiver viva e tiver voz, vou dizer que meu filho existiu e foi o maior poeta do Brasil", disse, emocionada, como sempre. O show sairá em DVD, cuja venda gerará recursos para a Sociedade Viva Cazuza. A entidade passa por dificuldades.

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