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Show do Pato Fu é lançado em disco

Dezenove canções compõem MTV ao Vivo, nome tanto do CD quanto do DVD gravados no dia 29 de abril no Museu de Arte da Pampulha, em BH

Por Agencia Estado
Atualização:

O Pato Fu considera-se uma banda da geração MTV. O grupo tem quase a mesma idade da emissora musical e suas carreiras desenvolveram-se simultaneamente. Daí porque, segundo a vocalista do grupo, Fernanda Takai, há um princípio sincrônico nessa história de lançar um álbum e um DVD com a chancela da MTV. Pato Fu - MTV Ao Vivo (BMG) traz um show gravado no Museu de Arte da Pampulha em 29 de abril. Fernanda vê outro signo de aproximação com o museu, projetado por Oscar Niemeyer e com espaço desenhado por Burle Marx. "Quando eu tinha 11, 12 anos, eu morava ali na região, e costumava passar horas brincando por ali", ela conta. "O Museu da Pampulha tem um grande simbolismo não só para a cidade de Belo Horizonte, mas também para a nossa história." Pato Fu - MTV Ao Vivo, o disco, traz 19 canções que remontam a linha evolutiva da banda. A coisa mudou um bocado desde Rotomusic de Liquificapum, admite Fernanda. Há uns sete anos, eles estrearam em São Paulo, tocando num clube na Rua dos Pinheiros, e era difícil reconhecer sutilezas ali. "Aquilo era o máximo que a gente podia conseguir, tem uma distância abissal daquele tempo para agora", contabiliza a cantora. "Antes, a gente era um trio, tínhamos um iluminador e não tínhamos roadie; somos 15 pessoas agora", enumera. "Mas uma coisa permanece igual - tudo tem a nossa mão, tanto os acertos quanto os erros." Pato Fu - MTV Ao Vivo, o DVD, mostra o show e dá de presente alguns "recuerdos" para os fãs da banda, como as projeções que usaram na turnê do disco Ruído Rosa. Traz também todas as cifras musicais para o sujeito tirar umas musiquinhas no violão, multiângulos para acompanhar o desempenho de cada integrante da banda e sete trilhas que acompanham o espectador enquanto ele navega nas diferentes seções do DVD. Em 2001, o Pato Fu foi escolhido como uma das dez mais importantes bandas não-americanas pela revista Time (emparelhados com gente como Sigur Rós, Portishead, Radiohead, U2, Orishas e Aterciopelados). "No início a gente não acreditou, pensou que era pegadinha", lembra Fernanda. "Foi bem legal para uma banda que canta em português e, no mínimo, é uma lista coerente, porque essas são bandas de que eu gosto, de que a gente gosta." Banda conhecida por suas baladas honestas, pela voz miúda e bem-colocada de Fernanda e alguma semelhança com bandas inglesas dos anos 80, como The Cure, o Pato Fu trilha um caminho tranqüilo e íntegro no pop rock nacional. "Gosto das baladas, é um tipo de canção que você pode levar só na voz e violão, que tem poucos elementos, mas tem uma melodia matadora", diz. "Por mais que torçam o nariz, a gente nunca vai deixar de fazer baladas." A apresentação do grupo no Rock in Rio, no entanto, foi centrada basicamente no rock mais vigoroso e foi muito elogiada. "A gente não tocou nada fora do repertório, apenas fez um show mais compacto", afirma Fernanda. "Essa coisa de tocar em festivais exige uma opção, já que o público é uma maçaroca, você toca para gente que quer te ver e para gente que não quer; naquela noite, todo mundo queria o Guns´n Roses", lembra. Pato Fu - MTV Ao Vivo não vai desonrar a banda, mas também não é exercício de transgressões. No máximo, um serrote na canção de abertura, Eu, tocado por Hique Gomes, da trupe Tangos & Tragédias. Traz, por exemplo, a canção Nada pra Mim, já gravada por Ana Carolina, com uma estranheza. Há um verso diferente - no lugar de "e agora tenho só essa canção", Fernanda canta "tenho um jogo de botão, tenho essa canção". A vocalista diz que, na verdade, a letra original é a que ela canta. "A Ana Carolina não se identificou com o jogo de botão e pediu outro verso ao John, que compôs a música", afirma. "Eu me sinto totalmente à vontade, o jogo de botão tem mais a ver comigo." Serviço - Pato Fu - MTV Ao Vivo. Preços médios: CD (R$ 29). DVD (R$ 45). Lançamentos da BMG.

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