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Shakira lota estádio em SP com turnê 'El Dorado' e fala português

Cantora se apresentou no Allianz Parque e embalou público com sucessos como Estoy Aqui e Chantaje; abertura ficou com a dupla Cat Dealers, de música eletrônica

Por Sara Abdo
Atualização:

SÃO PAULO – Foi com Estoy aquí que a colombiana Shakira assumiu o palco do Allianz Parque, na zona oeste de São Paulo, neste domingo, 21. O hit é uma baladinha romântica lançada em 1995 que se tornou um clássico da cantora. Shakira estava mesmo ali, 10 minutos antes do programado, com 41 anos e um show de uma hora e quarenta minutos de duração, já na reta final da turnê El Dorado Tour, que incluiu sucessos consolidados e músicas recentes em inglês e espanhol. Era ela mesma, uma das principais vozes da música latina recuperando seu espaço na medida em que se aproveita da popularização do estilo reggaeton no mundo e no Brasil.

A cantora Shakira Foto: Evelson de Freitas/ Estadão

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Na plateia um público jovem entre 20 e 40 anos já começou a se mexer na abertura, que ficou com a banda Cat Dealers, de música eletrônica e alguns singles como Keep On Loving e Gravity.

E dai não parou mais. Logo que embalou She Wolf (Loba),  Shakira trouxe de volta sua marca registrada: requebrados exagerados e um incessante movimento do peitoral. Na sequência, Si Te Vas colocou no palco um pouco da densidade da cantora.

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Shakira trouxe de volta sua marca registrada: requebrados exagerados e um incessante movimento do peitoral. Foto: Sara Abdo, especial para O Estado

Já nos primeiros 10 minutos de show a colombiana falou sobre o desafio que foi a infecção nas cordas vocais em 2017, às vésperas do inicio da turnê, que precisou ser adiada. "Milagres de fato existem, e obrigada amigos por me apoiarem nos momentos bons e ruins" disse em português claro - idioma com o qual se comunicou com o público o tempo todo. 

É parte da capacidade de transitar entre densidades de ritmos, assuntos e melodias que trouxe a São Paulo a professora de dança do ventre Jayane Diniz, de 29 anos, de Juazeiro do Norte, no Ceará. Ela e a aluna Karla Rosado, de 25 anos, gastaram na faixa de R$ 1.300 cada uma entre ingresso na pista premium e passagem para a capital paulista. "Foi a minha primeira influência na profissão", lembrou-se Jayane, fã desde o lançamento do album Pies Descalzos, 1995. 

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Já nos primeiros 10 minutos de show a colombiana falou sobre o desafio que foi a infecção nas cordas vocais em 2017. Foto: Sara Abdo, especial para O Estado

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O mundo da música latina mudou desde 2014, quando Shakira veio ao País encerrar a Copa do Mundo. Hoje o reggaeton é um ritmo consolidado, e ao investir nesse estilo em suas produções mais recentes, a colombiana conseguiu se aproximar um pouco mais do público brasileiro. Ela tem duetos com Nicky Jam e Maluma, seu compatriota que também ganhou espaço por aqui ao fazer parceria com Anitta em Sim ou Não e Nego do Borel, em Corazón.

Começa Perro Fiel e o show ganha ritmo de balada quando a imagem de Jam é projetada em duas telas circulares na lateral do palco. Underneath Your Clothes surge em estilo de balada sexy e Me Enamoré segue o ritmo animado, passando pelo agito da guitarra que Shakira toca ao cantar Inevitable. O público estava esperando a performance e se emociona. A integração para esquentar Chantaje é fácil, mas a voz da cantora se perde no agito e precisa do coro das quase 55 mil pessoas que lotaram o estádio.  

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Jayane Diniz (dir.) e Karla Rosado (esq.) gastaram cerca de R$ 1,3 mil cada uma com ingressos e passagens para a capital paulista. Foto: Sara Abdo, especial para O Estado

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Dos tempos do início do sucesso, Whenever, Wherever dá espaço a uma performance de dança do ventre. Shakira honra sua origem libanesa e faz uma performance de pelo menos 3 minutos, supreendendo o público com a proficiência. Na sequência Amarillo é bem recebida pelo público, que acompanha a cantora em La Tortura, uma das músicas que mais faz o estádio dançar e deixa um fogo sair (literalmente) em trechos do hit.

Um grande destaque foi Antologia. Shakira se posicionou na passarela do palco ao lado de dois músicos. Anunciou a múscia como uma das primeiras que escreveu. A plateia deu a devida importância à música e o estádio foi tomado por luzes de celular. Em seguida, quase que em constraste,  Can’t Remember to Forget You, parceria com Rihanna em 2014, também foi lembrada, mas com um ritmo diferente, meio jamaicano.

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Darlan Nascimento foi a São Paulo pela primeira vez na vida para o show da colombiana. Foto: Sara Abdo, especial para O Estado

Em um dos três intervalos do show há um vídeo sobre a importância da educação. Shakira é uma porta-voz do tema e por isso tem como fã Darlan Nascimento, de 23 anos. Ele está em São Paulo pela primeira vez especialmente para o show. "Com o dinheiro que recebeu do sucesso de Pies Descalzos ela, ainda no começo da carreira, fundou a Fundação Pies Descalzos na Colômbia. Escolhi licenciatura inspirado nela", revelou o estudante que mora em Vitoria de Santo Antão, em Pernambuco. 

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Tida como uma das cantoras das Copas, Shakira não deixou La La La (2014)  - que ganhou uma batida extra meio "a la funk" - e Waka Waka (2010) sem lugar no palco. Até porque, verdade seja dita, nenhuma música tema do Mundial cai na boca do povo desde 2010. Os fãs ainda se lembram da coreografia de Waka Waka. Também não faltou Hip’s Don’t Lie e nem o dueto com Carlos Vives, que também aparece em vídeo, nas partes em que participa de La Bicicleta. É a saideira.

El Dorado Tour é a turnê do álbum homônimo, o 11º de Shakira, e lançado em 2017. A turnê já passou por 16 países e está no 17º, de um total de 21. No Brasil a colombiana ainda faz um show em Porto Alegre, na terça-feira, 23. Passará ainda por Argentina, Chile, Equador e encerra a turnê em Bogotá, Colômbia, no dia 3 de novembro.

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