Sem os Beatles, esses discos não existiriam

No dia em que estreia 'Yesterday', filme que parte da premissa em que os ingleses não passaram pela Terra, o 'Estado' lembra de cinco discos da música brasileira que não existiriam, ou não seriam como são, sem o quarteto de Liverpool

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Por Redação
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E se fosse mesmo como mostra o filme Yesterday, que estreia nesta quinta, 29, nos cinemas? Se as luzes do planeta se apagassem por 12 segundos e, de repente, os Beatles nunca tivessem existido? O efeito seria devastador, dizem especialistas. Músicas, discos, álbuns, carreiras, movimentos inteiros nunca teriam existido. Os Beatles, provariam os anos, não foram uma banda, mas o surgimento de um material genético que seria entronizado em muitas das criaturas criativas surgidas depois de 1963. Uns mais, outros menos, o fato é que mesmo aqueles que sobrevivessem à bomba atômica ao contrário, o silêncio, seriam hoje bem diferentes do que são. Mesmo muito da música popular brasileira, sempre tão conservadora e com um certo nacionalismo em sua origem, bebeu na sonoridade e nos conceitos pensados pelos Beatles. Separamos aqui cinco discos que não existiriam na MPB, ou que seriam muito diferentes do que se tornaram, se o filme que estreia hoje nos cinemas fosse real.

Sem eles, movimentos inteiros não existiriam Foto: APPLE

Jovem Guarda (Roberto Carlos, 1965)

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Tropicália (Ou Panis et Circensis) - 1968

Depois de Gilberto Gil pirar ouvindo Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, juntou todo o conceito antropofágico discutido com outras frentes e sentiu o momento. Falou com Caetano sobre a descoberta e nunca escondeu a fonte. Se não fosse o álbum de 1967, jamais esse disco chegaria com a mesma sonoridade. A diferença é que, no Brasil, o conceito virou movimento. Além de Gil e Caetano, colaboraram com as músicas e ou nas gravações Gal Costa, Nara Leão, Mutantes e Tom Zé, acompanhados dos poetas Capinam e Torquato Neto e arranjados pelo maestro Rogério Duprat

A Misteriosa Luta do Reino do Parassempre Contra o Império de Nunca Mais (Ronnie Von) 1969

Clube da Esquina (Milton Nascimento, Lô Borges e vários outros) - 1972

Acabou Chorare (Novos Baianos) - 1972

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Tudo já era possível quando os novos baianos Baby Consuelo, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Galvão, Pepeu Gomes e o pessoal do chamado grupo A Cor do Som seriam mais radicais na ideia lançada pelos Beatles em 1967. Inebriados pelas ideias de João Gilberto, uma espécie de mentor, eles reforçariam o poder que já tinham no samba e no choro eletrificado, com violões, cavaquinhos, bandolins e pandeiros, e colocariam a guitarra de Pepeu. Preta pretinha, Acabou chorare, Besta é tu, Brasil pandeiro. A linguagem proposta pelos Beatles, de quebra de barreiras,  era assumida e apropriada no Brasil para álbuns eternos.

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