Secretária de Cultura fala da violência na Virada Cultural: 'Queremos garantir mais tranquilidade'

Aline Torres diz ao 'Estadão' que se reuniu com a GCM para 'mudar as estratégias de segurança' e que intercorrências acontecem em um evento de grandes escalas

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Por Julio Maria
Atualização:

A secretária municipal de Cultura, Aline Torres, afirmou, em fala rápida ao Estadão, por telefone, que se reuniu com o comando da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para “aumentar o efetivo” e “mudar as estratégias de segurança” na região central da cidade depois dos relatos de violência desde a noite deste sábado, 28. “Queremos garantir mais tranquilidade às pessoas”, ela disse, insistindo que precisava desligar. “Eu estou entrando em um camarim para falar com um artista.” A reportagem insistiu sobre a importância do assunto às pessoas, já que a festa estava sendo marcada por arrastões, assaltos e roubos de celular (as brigas chegaram a fazer o show de Kevinho, na noite de sábado, e da cantora Luisa Sonza, na tarde de domingo, serem interrompidos), mas ela respondeu, finalizando: “Tivemos algumas intercorrências, mas é normal em um evento com tantas pessoas.”

Show de Luiza Sonza foi interrompido seis vezes por causa de brigas na plateia Foto: TABA BENEDICTO/ ESTADAO

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Esta é a primeira Virada Cultural sob a gestão de Aline Torres, que chegou à Secretaria Municipal de Cultura aos 35 anos, em 2021, após pedido de demissão do antecessor, Alê Youssef. Engajada em movimentos negros e feministas, ela foi candidata a vereadora em 2020 pelo MDB e, em 2018, tentou uma vaga como deputada federal pelo PSDB. A Virada deste ano ganhou o mote de “Virada do pertencimento”, com uma pauta forte de questões identitárias e a migração dos palcos para fora do centro da cidade. Os shows da região central foram concentrados em um palco grande e dois menores interligados pelo vão comum do Vale do Anhangabaú – o que, teoricamente, deveria levar a um planejamento de maior controle e redução de casos de violência, o que não aconteceu.

Além da insegurança percebida na pista, a circulação pelo entorno também se mostrou perigosa. A reportagem presenciou, por volta das 23h de sábado, o instante em que uma viatura do Samu removia um jovem ensaguentado que havia acabado de ser esfaqueado por outro durante uma briga em um dos bares da Avenida São João, muito perto do Bar Brahma. Segundo testemunhas e um dos rapazes que participou da briga, e que falou que estava ali com uma arma e com outros amigos para roubar celulares, o garoto que levou as punhaladas pertencia a outro grupo de ladrões.

O Estadão pediu à assessoria de imprensa de Aline Torres para ter uma nova entrevista com a secretária, já que ela disse que poderia falar mais tarde com a reportagem. Mas, minutos depois, às 17h, o assessor contatado pelo jornal afirmou que a secretária não iria se pronunciar mais neste dia.

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