São Paulo revê nesta sexta o som de Little Louie Vega

Ex-integrante de duo que estabeleceu novos limites para a house agita a Pacha

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Por Agencia Estado
Atualização:

Favor não confundir com Lou Bega, alemão truqueiro, autor da infame Mambo nº 5. Little Louie Vega é um legítimo latino nova-iorquino, conhecido por ser metade do Masters at Work, duo que estabeleceu novos limites para a house nos anos 90. Vega também é um exímio DJ, daqueles que passa 2/3 do ano pulando entre continentes, cujo trabalho-solo como produtor é reconhecido também pela indústria, pois detém um prêmio Grammy de melhor remix, ganho em 2005, por um de Superfly, tema clássico de Curtis Mayfield. Louie Vega apresenta-se nesta sexta-feira, 20, no domo do maxiclube Pacha, 13 anos depois de causar comoção em São Paulo. "Eu me lembro de tocar em um festival, em uma tenda com 10 mil pessoas - a energia era incrível", relembra. Na época, ele também tocou na Sound Factory, de Pinheiros. "Existem pessoas com um ritmo incrível no Brasil, amo isso!". Ritmo, aliás, é uma das especialidades de Vega. Descendente de um saxofonista de jazz e de música latina, sobrinho de um cantor de salsa, as produções dele ficaram ainda mais percussivas nos últimos quatro anos, quando passou a se dedicar ao próprio selo. Nesta vinda a São Paulo, Vega tem o acompanhamento da mulher, a cantora Anane, que também participa do longo set de Vega, tendo o percussionista Luisito Quintero a tiracolo. Ambos são artistas lançados por ele na Vega Records. "O selo é sobre música boa e de qualidade, seja ela orgânica e cheia ou minimal e funky", diz, orgulhoso. "Nós temos desenvolvido novos artistas e construído um bom catálogo. Já ultrapassamos os 50 lançamentos e estamos no quarto álbum. O disco de Anane, Selections, sai neste verão. Temos excursionado nos últimos três anos para construir um público para nossos artistas em todo o mundo." Velha-guarda da house Apesar de concentrar esforços no próprio selo, Vega informa que ele e o parceiro Kenny Dope estão trabalhando juntos. "Acabamos de remixar Love & Happinness (NR.: lançada sob o nome River Ocean) e estamos produzindo uma música nova com a cantora Barbara Tucker, ambas para o selo Strictly Rhythm", revela. "Também estamos preparando um CD mixado duplo do Masters at Work e faremos turnê com ele. Além disso, estamos remixando faixas antigas e temos um novo projeto para o próximo ano." Louie Vega é um representante da velha-guarda da house e bastião do estilo nova-iorquino - mais percussivo (por causa da forte influência porto-riquenha), menos sintetizado e mais conectado à herança do jazz, do soul, do funk e da disco music. Como DJ, ele costuma ser imprevisível na mistura de ritmos, mas espere muita batucada. Goste ou não, Vega tem crédito. "Nos anos 90, eu fazia uma festa em Nova York no Sound Factory Bar, às quartas-feiras. Tínhamos o melhor da indústria musical misturado aos verdadeiros houseiros. Dançarinos, cantores, executivos de gravadoras, atores, todo tipo de gente saindo junto e gostando de nossa música", relembra. Soa como festa boa. Motivo pelo qual dá para esperar pelo menos um pouco desse espírito no set desta sexta. Little Louie Vega. Pacha. Rua Mergenthaler, 829, tel. 11-2189-3700. Hoje, às 23 h. R$ 70 (M) e R$ 140 (H)

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