PUBLICIDADE

Santana repete fórmula em novo disco

Depois do sucesso de Supernatural, o guitarrista volta a gravar com grandes estrelas, como Macy Gray, Dido e Placido Domingo, mas com resultado inferior

Por Agencia Estado
Atualização:

O guitarrista mexicano Carlos Santana mostrou, com Supernatural, o disco mais premiado dos últimos tempos, que a associação de sua fórmula clássica com o tempero musical de astros modernos poderia render bom caldo. Agora, ele está de volta com Shaman (BMG Brasil), no qual repete a mesma fórmula de massificação. Gravou com Macy Gray, Seal, Dido, Placido Domingo, Citizen Cope, P.O.D., Michelle Branch, Musiq e outros. O resultado é inferior à primeira safra de encontros, mas o sucesso já é equivalente. Todas as rádios tocam incessantemente Michelle Branch cantando The Game of Love, com a guitarrinha inconfundível do mestre ao fundo (já é a legítima sucessora de Smooth, o sucesso do disco anterior). E há boas misturas. Ele abre com admirável versão de Adouma, de Angelique Kidjo. A nova diva do soul, Macy Gray, surgindo de musa latina em Amoré (Sexo) é divertidíssima. Sideways, com o Citizen Cope, tem um balanço de cabaré irresistível. Mas os equívocos prevalecem, como em Novus, com o tenor Placido Domingo, no qual a guitarra faz reverência excessiva ao "erudito". Brega. Como artista, Santana está há milênios daquelas fantásticas performances do passado, como no Fillmore, em 1968. Pouca gente toca como ele, mas sua arte está a serviço do trivial. Ele não é mais aquele Shaman que curava com ervas poderosas; agora, apenas engana a dor com aspirinas juvenis. Shaman. Novo disco do guitarrista mexicano Carlos Santana. Preço médio:R$ 30. BMG Brasil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.