Samba é o som do fim de semana em SP

O cerne do samba está no No Sesc Belenzinho, com Paula Lima e a Velha Guarda da Mangueira. No Villaggio Café, o carioca Claudio Camunguelo e jovens paulistas do Quinteto em Branco e Preto

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Por Agencia Estado
Atualização:

Dois encontros prometem animar o fim de semana que, como de costume, tem boas atrações. No Sesc Belenzinho, a Velha Guarda da Mangueira e a cantora Paula Lima. No Villaggio Café, o veterano carioca Claudio Camunguelo e jovens sambistas paulistas do grupo Quinteto em Branco e Preto. O cerne do samba está em ambos. A tradição e os encontros também fazem parte da programação musical em outros palcos, como o evento 180 Anos de Samba - Cantando Adoniran e Noel, o show de Bezerra da Silva no tradicional Bar Brahma, o pioneiro trabalho bossa-novista do grupo vocal Os Cariocas (que lança disco) e ainda a estréia do novo espetáculo de Elba Ramalho, intimamente ligado à riqueza rítmica nordestina, de Jackson do Pandeiro a Mestre Ambrósio. Paula Lima e a Velha Guarda da Mangueira encontram-se no Sesc Belenzinho. Em São Paulo, é a primeira vez. A minha admiração pelo samba tradicional é uma constante na minha carreira, anterior ao lançamento do meu disco, afirma ela. Essa ligação se tornou ainda mais forte com as minhas viagens para o Rio, onde produzi metade do meu CD e encontrei grandes parceiros, como Seu Jorge, que tem enorme admiração pela Mangueira. Desde o ano passado, as velhas guardas têm ganho o reconhecimento merecido, em parte, pelo crédito das novas gerações que divulgam a criação dos veteranos. O show terá três momentos: um solo de Paula, um solo da Velha Guarda da Mangueira e o encontro, no qual devem cantar Cirandar, de Martinho da Vila e João de Aquino. A apresentação é única. A revalorização da tradição é da alçada do Quinteto em Branco e Preto que, como de costume, será ótimo mestre-de-cerimônia. No caso, para o flautista (e estivador) carioca Claudio Camunguelo. A roda de samba e choro será no Villaggio Café, sexta-feira e sábado. Camunguelo é desconhecido do público da cidade, mas traz na bagagem elogios de Silvério Pontes, Zé da Velha e Moacyr Luz. Mas há muitos mais. Um dos episódios de sua vida diz respeito a Zeca Pagodinho. Foi ele que levou o rapaz, que na ocasião tinha 16 anos, para o famoso pagode Cacique de Ramos. Um belo incentivo. Camunguelo está tentanto produzir seu primeiro disco, que deverá trazer textos de Nei Lopes, arranjos de Maurício Carrilho, Cláudio Jorge e Paulão 7 Cordas. Boa sorte. O samba, também na sua melhor expressão, vai estar representado por Bezerra da Silva, no Bar Brahma, e no evento 180 Anos de Samba - Cantando Adoniran e Noel, que tem a direção musical de Paulo Belinatti. Os dois ícones do cancioneiro terão o seu repertório interpretado por Luiz Tatit, Roberto Silva e os grupos vocais Vésper e MPB-4, no Sesc Vila Mariana. Não é só o que gênero se mostra amplo nas atrações do fim de semana. As formas de leitura também. Na Choperia do Sesc Pompéia, ocorre o lançamento de Os Clássicos Cariocas, do quarteto Os Cariocas. O disco reúne regravações de seus clássicos, como Preciso Aprender a Ser Só, de Marcos e Paulo Sérgio Valle, e Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Morais. Criado em 1964, Os Cariocas é a grande referência para os grupos vocais da música brasileira. Da formação original há os integrantes Severino Filho, o líder, pianista e arranjador vocal e instrumental que faz a primeira voz, e o baterista Jorge Quartera, responsável pela terceira voz. Os Cariocas participaram dos primeiros momentos da bossa nova - antes mesmo de ela ganhar o nome de bossa nova - ao gravar, com Tom Jobim, em 1954, a Sinfonia do Rio de Janeiro. Também lançando CD, Cirandeira, Elba se apresenta no Olympia. O novo trabalho traz um grande leque da riqueza cultural nordestina. Como no disco, ela quer levar para o palco toda a sua coerência, serenidade, xotes, baiões e, principalmente, nordestinidade. A princípio, a idéia era criar um disco só com forrós, mas acabou fechando numa seleção formada por cirandas, canções, músicas que falam de amor - estas devem ser cantadas num momento acústico do espetáculo, no qual ela toca viola. Elba será acompanhada por Camilo Mariano (bateria), Jacaré (baixo), Marcos Arcanjo (guitarra), Toninho Ferraguti (acordeão), Milton Guedes (sax e flautas), Jussara Lourenço (vocal) e os percussionistas Paulinho He-man e Marcos Zama. Bezerra da Silva. Sábado, a partir das 23 horas; e domingo, a partir das 21 horas. R$ 15,00 (amanhã) e R$ 10,00 (domingo). Bar Brahma. Avenida São João, 677, tel. 3333-0855 Os Cariocas. Sexta e sábado, às 21 horas.De R$ 5,00 a R$ 10,00 (hoje) e de R$ 6,00 a R$ 12,00 (amanhã). Choperia do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700. 180 Anos de Samba - Cantando Adoniran e Noel. Sexta-sábado, às 21 horas; e domingo, às 18 horas. De R$ 10,00 a R$ 20,00. Teatro do Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141, tel. 5080-3000. Claudio Camunguelo e Quinteto em Branco e Preto. Sexta e sábado às 22 horas. R$ 10,00. Villaggio Café. Praça D. Orione, 298, tel. 251-3730. Elba Ramalho. Sexta e sábado, às 22h30.De R$ 25,00 a R$ 60,00. Olympia. Rua Clélia, 93, tel. 3675-3999. Patrocínio: Chevrolet Paula Lima e Velha Guarda da Mangueira. Sexta às 22h30. De R$ 5,00 a R$ 15,00. Sesc Belenzinho. Avenida Álvaro Ramos, 991, tel. 6605-8143

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