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Salzburgo apresenta, pela 1.ª vez, todas as óperas de Mozart

Em homenagem ao 250.º aniversário do compositor, sua cidade natal reúne cantores líricos e grandes maestros para encararem o grande desafio

Por Agencia Estado
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Em homenagem ao 250.º aniversário de Wolfgang Amadeus Mozart, cerca de 150 cantores líricos e grandes maestros se reúnem, a partir deste domingo, na cidade natal do compositor, na tradicional Festival de Salzburgo de Ópera, Música e Teatro. O desafio desta edição será representar, pela primeira vez, todas as óperas de Mozart, em seqüência. São previstas, ao todo, 84 apresentações, que prestigiam o compositor que criou mais de 600 obras em menos de 36 anos de vida e que compôs sua primeira ópera aos 12 anos. O festival começa com um encontro às margens do Rio Salzach, onde até 31 de agosto serão apresentadas 22 óperas do compositor. A cidade austríaca recebe mais uma vez no verão as principais figuras da música, entre elas Nikolaus Harnoncourt e Riccardo Muti, que vão dirigir duas novas produções operísticas cercadas de grande expectativa. As Bodas de Fígaro, com a direção de Harnoncourt e o soprano russo Anna Netrebko no papel de Susana, vai reinaugurar no dia 26 de julho o auditório Haus für Mozart (Casa para Mozart), reformado para o festival. Muti vai dirigir A Flauta Mágica, tendo a soprano Diana Damrau no papel da Rainha da Noite, no dia 29. Desafio partiu do diretor do festival O desafio de encenar as 22 óperas do gênio de Salzburgo partiu do diretor do festival, Peter Ruzicka. O projeto abrange desde os maiores sucessos até fragmentos pouco representados e raridades. "Diferentes formas musicais serão investigadas, obras famosas serão representadas de forma inovadora e as menos conhecidas se tornarão mais familiares", promete o maestro alemão. "Esta é a idéia do programa de concertos, que une Mozart com a música do ainda jovem século 21", disse, numa entrevista concedida esta semana ao jornal austríaco Kurier. A programação da edição de 2006 do festival é a quinta e última sob seu comando. O maestro programou obras precoces do gênio, entre elas algumas operetas que compôs quando era um menino, como Bastien e Bastienne, que estréia dia 28 de julho, representada com marionetes. O humor da ópera bufa La Finta Semplice e a inacabada L´oca del Cairo servirão para unir tradição e vanguarda, graças às novas tecnologias, que transformarão as obras em peças de multimídia. O programa tem despertado uma grande expectativa. Mas não faltam críticos que acusam o plano de pretensioso e monumental. Óperas da juventude do artista serão encenadas "Sem dúvida, é o maior desafio para um gerente cultural estar em Salzburgo em 2006 e transformar em realidade este plano", reconhece Ruzicka. Segundo o diretor, as críticas vão diminuir com a aproximação do jubileu de Mozart e a constatação de que as óperas da juventude do artista, embora menos conhecidas, também merecem ser encenadas. "Ficarei satisfeito se até o fim do Ano Mozart essas óperas passarem a integrar o núcleo de repertório", diz Ruzicka. O festival começa no próximo domingo e vai até 31 de agosto.

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