Sai no Brasil coletânea do Pink Floyd

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Por Agencia Estado
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A EMI lançou no dia 6 no mundo todo a coletânea Echoes - The Best of Pink Floyd, com 26 canções da banda britânica, cerca de 140 minutos de música do mais famoso grupo de space rock do planeta. Impulsionada pela notícia de que o baixista Roger Waters vai fazer um show no estádio do Pacaembu, no dia 15 de março, a EMI do Brasil foi rápida e já dispôs o novo álbum no mercado. Também disponível em vinil, o CD duplo foi mixado por James Guthrie, produtor da banda durante longo tempo. E traz uma inédita para os fãs, a canção When the Tigers Broke Free, escrita por Roger Waters para o filme The Wall, em 1982, e lançada apenas em um single. A arte da capa foi desenhada por Storm Thorgensen, colaborador de longa jornada do Pink Floyd. When the Tigers Broke Free, a inédita instrumental do Floyd, tem a participação de uma orquestra, regida por Michael Kamen, e um coro (The Pontardulais Male Voice Choir), regido por Noel Davis. Ficou de fora de The Wall, delírio umbigocêntrico do baixista Waters sobre as agruras sofridas pelo pai durante a 2.ª Guerra e os efeitos daquilo na vida de um pop star. Além da novidade, o CD traz outras vantagens além das manjadíssimas canções do Pink Floyd - como Another Brick in the Wall, Comfortably Num, Time, Money e outras. São as faixas sessentistas de Roger "Syd" Barrett, o primeiro guitarrista do Pink Floyd (também cantor e compositor), responsável pelo brilhante álbum The Piper at the Gates of Dawn, de 1967 (é co-autor também de algumas faixas no segundo álbum do grupo, A Saucerful of Secrets, influência confessa do Kraftwerk). Barrett vislumbrou Lucy no Céu com Diamantes em 1968 e foi convidado a sair da banda pelos colegas. Nessa coletânea, comparecem canções menos conhecidas de Barrett, como Arnold Layne, com ele nos vocais. Essa faixa foi lançada originalmente em 1967, no disco homônimo, que tinha o subtítulo de ...The Next Projected Sound of ´67. Arnold Layne era uma resposta ao estilo viajante do grupo aos Beatles, com um pouco de ironia e algo já da trip espacial que projetaria o PF como o primeiro grande som progressivo dos anos 60. Do álbum A Saucerful of Secrets (de 1968, maior influência do Kraftwerk), eles sacaram Jugband Blues. Vejam a letra: "E eu não me importo se o sol não brilha/E eu não me importo se nada é meu/E eu não me importo se estou nervoso com você." Os vocais também são de Barrett, um mimo. Há também canções bem fracas da banda, como Learning to Fly, do igualmente fraco álbum A Momentary Lapse of Reason, de 1987. A qualidade é excepcional. Foram utilizadas as matrizes analógicas na recuperação das faixas. A produção visual do encarte traz as diversas capas de surrealismo tardio de Thorgensen. Mas a banda teve também boas sacadas ao longo de sua trajetória. Por exemplo: a capa de Animals (1977) mostrava uma velha fábrica abandonada às margens do Tâmisa. Reformada, virou hoje a Tate Modern, o mais fantástico dos museus europeus.

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