Rubi é o grande destaque do 8.º Prêmio Visa

O cantor goiano Rubi roubou a cena e arrancou aplausos acalorados e elogios de meio mundo. Ouça e vote no site da rádio Eldorado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Tinha tudo para ser um páreo duro. Lá estavam os elogiados cantores Rubi, Ana Luiza e Consuelo de Paula disputando a 3.ª semifinal do 8.º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Vocal. Mas apresentação após apresentação, logo o quadro de favoritos se configurou, pelo menos, entre a platéia lotada. Expectativas lançadas, expectativas confirmadas: o cantor goiano Rubi foi o grande destaque da noite de domingo, arrancando aplausos acalorados e elogios de meio mundo. Visite a página do festival no site da rádio Eldorado e vote no seu cantor preferido. A noite foi aberta pela mineira Consuelo de Paula, que vem de uma carreira consolidada e, por isso, prometia um bom espetáculo. O que não procedeu no palco. Dona de uma voz suave e afinada, Consuelo demonstrou sua habilidade de intérprete que estudou percussão e toca - no caso, pandeiro e tambor -, mas pecou por um repertório regular, monótono, sem muitas nuances rítmicas. Abriu seu show com a calmaria da música Retina, parceria dela e de Rubens Nogueira, e permaneceu nessa linha com Rouxinol de Waldemar Henrique e João de Jesus Paes Loureiro (que faz parte do repertório de seu CD) e Noite Cheia de Estrelas, de Cândido das Neves. Fazendo uma mescla de canções urbanas e tradicionais, a cantora fechou seu repertório com o partido alto Moro na Roça (adaptação de Xangô da Mangueira e Zagaia), sucesso na voz de Clementina de Jesus e gravada também pela própria Consuelo em seu CD Tambor e Flor. Conduziu a música apenas na voz e acompanhada por quatro pandeiros. A paulistana Ana Luiza, que já havia chegado às semifinais do 2.º Prêmio Visa, em 1999, veio na seqüência. Menos sisuda que no Festival Cultura, no qual se apresentou e abocanhou o prêmio de melhor intérprete (mérito que dividiu com o cantor Marcelo Pretto), Ana sempre impressiona por sua técnica vocal e por demonstrar personalidade. Na escolha do repertório, arriscou. Exibiu a bela voz em Sonho Meu, de D. Ivone Lara e Délcio Carvalho, famoso samba que, para sua apresentação, ganhou arranjos mais intimistas e causou certo estranhamento. Selecionou duas canções com as quais não poderia cair no risco de eventuais comparações com outros intérpretes. Uma delas é Canção do Vento, de Luís Felipe Gama, seu parceiro na carreira como pianista, compositor e arranjador. Outra, Silêncio de Iara, é uma parceria de Gama e Guinga. Encerrou com o clássico da música brasileira, Clube da Esquina, de Milton Nascimento e dos irmãos Lô e Márcio Borges, numa cantoria irretocável. A cantora paulistana tinha tudo para ser sensação isolada da noite, até o cantor Rubi assumir o palco. Rubi roubou a cena com sua performance, no sentido literal da palavra, já que o goiano, além de cantor, é ator e acostumado a participar de musicais. Assim sendo, seus shows trazem uma carga performática nas interpretações, cheias de emoção. Deixou a platéia boquiaberta. É um diferencial em relação aos demais semifinalistas. Radicado em São Paulo desde 1992, Rubi primou pela pesquisa musical na hora de montar seu set list para a semifinal combinado a um visual esvoaçante e roxo. Usou e abusou em canções evidentemente escolhidas a dedo para seu timbre agudo, como Santana, do excelente compositor pernambucano Junio Barreto. Emendou com Ai, de Tata Fernandes e Kléber Albuquerque, deu tom divertido ao antigo samba Você me Chamou de Nego, de Gasolina, e manteve a boa apresentação em Tudo de Novo, de Roseli Martins. Decerto, é uma das apostas para ocupar uma das cinco vagas da final do prêmio, que ocorrerá no dia 19 de outubro, no Tom Brasil Nações Unidas. No Voto Popular Digital, que está em vigor no site www.premiovisa.com.br até dia 26 - e até o início da tarde de hoje computava mais de 3.600 votos -, Rubi lidera a preferência popular, seguido por Yara de Mello, em segundo lugar (e que se apresentará na 4.ª e última semifinal, no próximo domingo), e Cris Aflalo, na terceira colocação (que já conquistou elogios em sua performance como semifinalista). Depois da pequena pausa para o corpo de jurados do Prêmio Visa (formado por Nelson Ayres, Arrigo Barnabé, Jane Duboc, Lutero Rodrigues, Roberto Sion, Zélia Duncan e Mônica Salmaso) se reunir, a mestre-de-cerimônias Rose de Oliveira homenageou os vencedores de outro concurso, o Festival Cultura - A Nova Música do Brasil, cuja final ocorreu semana passada. Rose enumerou os ganhadores do outro festival e a simples menção do primeiro colocado, a canção Contabilidade, da jovem dupla de compositores e intérpretes Danilo Moraes e Ricardo Teperman, arrancou novamente vaias do público. Vencedor do 5º Prêmio Visa, edição vocal, Renato Braz foi o convidado especial da noite. Embalou o público com sua voz tocante num repertório com gosto e sonoridade brasileiras, que inclui canções como Ponteio, de Edu Lobo e Capinam, e Súplica, de João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro. A última semifinal será no dia 25, com os candidatos Yara de Mello, Nós Quatro e Daisy Cordeiro, e os shows especiais de Mônica Salmaso e André Mehmari.

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